terça-feira, 28 de junho de 2022

Os militantes e a crônica árabe de Alwakidi...





Como se  houvesse, entre nós, uma espécie de esquecimento irreversível...

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Hoje, terça-feira, no boteco da esquina de sempre, a discussão política estava acalorada. Havia militantes de três partidos concorrentes para as eleições de outubro. (era um típico viveiro de papagaios politicamente corretos!) E se acusavam disto e daquilo. Cada acusação tinha sua réplica e até tréplica. A tônica central era a corrupção. Qualquer forasteiro que assistisse aquelas acusações concluiria que, de tanto os militantes insistirem na temática e se acusarem de corruptos, os tais candidatos deveriam ser um mais bandido e mais ladrão do que o outro. E, curiosamente, não se falava em Programas de Governo. Ninguém sabia em que o candidato X era diferente do candidato Y e o que cada um pretendia fazer, de transcendente, caso fosse eleito.

Ninguém falava de estradas de ferro, mesmo sabendo que um país sem ferrovias será sempre suburbano; nem de hospitais; nem de rios; nem de currículos universitários; nem da higiene nos restaurantes; das máfias dos pesticidas lançados sobre os pimentões e os tomates; nem das máfias dos bancos; dos transportes; dos medicamentos; das máfias acadêmicas; das máfias, da fé, da propaganda, da cultura. Nem das máfias dos partidos e dos cartórios; das máfias das enchentes; nem do inferno das penitenciárias; nem da proliferação de seitas, cada uma mais ladra e surrealista do que a outra e todas explorando os mesmos rebanhos e as mesmas divindades até para fins absolutamente contrários... E, pior, ninguém deu um pio a respeito da superpopulação e nem do controle de natalidade.

Só acusações mesquinhas, mútuas, maledicências, ameaças, denuncias... 

E quando alguém pedia provas de alguma acusação que estava sendo vítima, as respostas nos faziam lembrar daquela velha e conhecida crônica árabe de Alwakidi: "Fui informado por Ahmed Almantín Aljorhami, quem soube através de Repha Ebn Kais Alámiri, quem  diz ter sabido através de Saiph Ebn Fabaláh Alchátquarmi, que, por sua vez, soube através de Thabet Ebn Alkamah, quem disse haver estado presente durante o momento da ação."

Bah! Mas afinal, o que teria acontecido com essa gente? As perspectivas para os próximos anos são mais do que brochantes...



5 comentários:

  1. Tirando 1% o tal ser humano é um...LIXO!

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  2. Ah! É oportuno...veja-se o caso Julian Assange: denunciou crimes de guerra prepetados pelo governo norte americano e a 10 anos vem definhando ( tortura psicologica) e mais, praticamente sera condenado nos EUA é mole?? ( o cara é australiano) Um absurdo!! E ninguém consegue impedir essa injustiça exatamente por se tratar do tio san. Quer saber? O tio san que se fôda!!! E Ezio, porque você nao deu um pio sobre esse caso? Esta aguardando o suicídio do "reu"? Tudo indica que ele se matara e na minha opiniao é o mais certo a fazer. Ou, 175 anos de total isolamento numa penitenciaria americana comendo carne de rato!

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    1. O Assange?
      Ora, deixe ele em paz! Ele está na viagem dele. Já deve ter umas 500 páginas prontas para publicação. E logo logo as multinacionais das letras estarão empilhando sua obra nas livrarias dos aeroportos do mundo inteiro. E será outro Best Seller, como foi o do Elvis Presley; E o Vento Levou; Diário de um mago e etc, e você mesmo deixará de comprar uma garrafa para ler suas intimidades prisionais, não é verdade?
      Mas você tem razão. Entretanto, se 'não dei um pio sobre ele' foi porque atualmente, estou com os radares voltados para a Penitenciária Feminina aqui do DF, conhecida por COLMEIA e que, atualmente, como a dos EEUU, alberga 14 mil mulheres (jovens, balzaquianas e velhas). Sempre que as vejo lá, atrás das grades, fico me perguntando: que tipos de delitos teriam cometido? E logo em seguida lembro da famosa psiquiatra Nise da Silveira que, lá nos manicômios do Rio de Janeiro, sem medo das patrulhas, proclamava: Os homens são maus, as mulheres são perversas.

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    2. Bazzo e seu livro, cuando sai ?

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  3. Errata: me desculpem...leia-se: perpetrados ok

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