terça-feira, 5 de novembro de 2019

O terremoto no Chile, o Tratado de Tordesilhas e a malandragem dos portugueses...


[... Todo o interior desse Brasil maravilhoso palmeámos (...) Com uma das mãos erguendo a cruz evangelizante, com a outra brandindo a panela da pólvora dos sitiados...]
Albino Forjaz de Sampaio
(IN: Porque me orgulho de ser português. p.p. 32,33)



Com um jornal aberto sobre o capo de um carro, nesta manhã de terça-feira, o mendigo K. discutia com os taxistas o novo terremoto ocorrido ontem no Chile e, com um detalhe bizarro: no meio de manifestações de rua. 
Dizia algo inusitado àqueles motoristas barrigudinhos e entediados: "Os portugueses, que todo mundo acha que são burros, foram mais do que malandros quando dividiram as terras com os espanhóis aqui nas América, 1492. Ficaram só com o Brasil, não por honestidade ou por ética, mas porque sabiam, não se sabe como, que o resto do território era todo bichado e vulnerável a terremotos. Foi isso o Tratado de Tordesilhas, no qual até um papa (o malandrim de plantão da época) esteve envolvido. Vejam: Bolivia, Equador, Peru, Colombia, Guatemala, México.., todos estão minados por placas tectônicas que, de década em década tremem como cachorros molhados e transformam todas as utopias arquitetônicas e sociais em escombros. Vejam o Chile, ontem.
Enfim, os caríssimos lusitanos que conseguiram empurrar para os espanhóis esse abacaxi, curiosamente, em 1755, foram vítimas de um dos maiores de todos os abalos sísmicos ocorridos na terra. E foi no dia Primeiro de novembro. E ouve tsunami e incêndios terríveis em seguida. Lisboa, que ainda não conhecia a choradeira de Fernando Pessoa e nem O Evangelho segundo Jesus Cristo, do xarope Zé Saramago ficou transformada numa montanha de cadáveres e de destroços. Quase 100 mil mortos!, E isto, naqueles tempos, em que a espécie ainda não havia se reproduzido e propagado como piolhos..."






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