Sinceramente, estou torcendo para que não tenha sido um navio grego (como esta sendo dito pela polícia) a causar o desastre do petróleo nos mares nordestinos. E o faço apenas por simpatia, uma simpatia especial com Atenas, aquela cidade subdesenvolvida, provinciana, cheia de morros, de anedotas, de mentiras e de mendigos celestes, com cheiro de ervas, de anis e de gergelim na entrada dos mercados. Sem falar, evidentemente, do moussaka, do churrasquinho grego, do purê de favas e do Ouzo.
Depois de ouvir os noticiários e de ver o mapa por onde a tal sucata (Boudolina) navegou, fui à minha estante de livros (quase convicto que deu merda para o lado dos gregos) e revisei LOS FILÓSOFOS PRÉSOCRÁTICOS, n. 12 (Biblioteca Clássica Gredos, Madrid 1981).
De cara encontrei esta frase sublinhada, do camarada Heráclito, (página 328) que parece ter tudo a ver com o affair, como se ele estivesse nos colocando de sobreaviso : En el mismo rio - dizia aquele velho charlatão - no es posible bañarse dos veces... (sem emporcalhar e sem lambuzar-se de petróleo...)
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