sexta-feira, 29 de novembro de 2019

NECROFILIA...



[Desde el fondo del corazón odio la tumba de los grandes señores y sacerdotes, pero odio aún más a aquellos que se comprometen con ellos...]
Holderlin

E São Paulo, como se fosse um vilarejo suburbano mergulhado em culpabilidades e em desgraças, se rende ao cadáver do Gugu.
Seria por isso que Lima Barreto, em seu Clara dos Anjos, 
pagina 16, afirmava que o subúrbio é um refúgio de infelizes? 
Mas São Paulo? Logo São Paulo, que ao mesmo tempo que esconde a nojeira do Rio Tietê gosta de tagarelar sobre a USP e de gabar-se de ser uma metrópole... O que esta acontecendo? Por que esse exagero e esse abuso de um cadáver? Seria realmente pelo cadáver? O que esta acontecendo? E podem revisar a literatura especializada, este não é um sado-masoquismo comum. É muito mais. É um horror! Tenho certeza que se o morto em questão pudesse, ele não deixaria barato. E que isto nos sirva de alerta para que quando nós mesmos cairmos do telhado não sejamos vítimas de um abuso e de uma palhaçada semelhante. Sim, é um horror. Uma falta de vergonha na cara. Tanto das elites exibicionistas como do populacho carente. Uma indecência o que estão fazendo com o morto. 
Ah, mas é coisa do populacho e dos novos ricos!
Ora, se o populacho e os novos ricos querem dar vazão à sua morbidez, que durmam um dia na rua... e verão que não lhes faltará cadáveres para justificar suas patologias e seus álibis. 
E não digo tudo isto com a lógica de um coveiro, mas apenas para ser justo com a ética primitiva que recheia meus DNAs e meus ossos. 
Essa puxação de saco e essa turvação de água para dar impressão de profundidade é uma infâmia, uma afronta para a dignidade do morto e para a honra de seus familiares. Não é possível perceber? 
O que estão querendo? Deixar claro para o rebanho que, como dizia Wordsworth, só existe uma grande sociedade na terra: os nobres vivos e os nobres mortos?
Nem quando morreu o Papa mais escolado e mais malandro de todos os tempos se viu tamanho espetáculo. Isso é ridículo! Isso é uma afronta à dignidade popular!......
Por mais que eu revise minha estante, que leia e releia a vintena de tratados que disponho sobre a morte, sobre o efeito da morte nos vivos, sobre a culpabilidade dos que continuam vivos diante do morto. Por mais que eu releia o instinto de morte do camarada Freud, a Análise do caráter de Reich; O sexo e a morte, de Jacques Ruffié; La mort, de Jankélévitch; O tabu da morte, de Jose Carlos Rodrigues; A negação da morte, de Ernest Becker; Com a morte na alma e a Náusea, do estrabico Sartre e até mesmo o livro Tibetano dos mortos, não encontro uma explicação... Caralho! 
Non, je ne suis pas votre frère! 
E la nave va...




quinta-feira, 28 de novembro de 2019

E o Uruguai... vuelve a la derecha!

"Para o pobre, até a noite de núpcias é curta".
Provérbio polonês

O mendigo K aguardava a chuva passar encostado no umbral da porta de uma dessas padarias vagabundas que predominam na cidade. Acabara de tomar um café com um uruguaio que vive por aqui e que lhe havia confessado que acende velas diariamente ao Mujica. Lembra do Mujica?, me perguntou. Aquele dos Tupamaros? E do fusca? Seguiu dizendo que nos tempos dos Tupamaros era adolescente e não perdia um lance daqueles revolucionários. 
O que aconteceu? Para onde foram? 
Só sobrou o velhote do fusca? Disse que os admirava. Que nunca esqueceu suas façanhas ácratas . Mas que depois deles o Uruguai entrou numa decadência, num clima de superstições e numa caretice de dar pena.  E veja que ironia: apesar de ser do tamanho do Acre, de ter um PIB até menor que muitos de nossos bordéis e de 50% de sua população não saber muito bem quanto é 8X8, instituiu o matrimônio entre homossexuais, legalizou o aborto e liberou os baseados. Teria sido o tal Mujica, o idealizador intelectual dessas reformas? 
Agora que a direita voltou ao poder a preocupação maior dos perdedores é que voltem a proibir os baseados, que criminalizem a sodomia e que obriguem as meninas a levarem a gravidez, por mais indesejável que seja, até o final...  (e não pensem que o preconceito com o aborto é por humanidade ou por amor à espécie. Não! É simplesmente para garantir mais um 
cristão, mais um recruta, mais um eleitor e mais um cretino no país!)
Mas essa preocupação é pueril, concluiu. Direita e esquerda são a mesma coisa. Os dois lados de uma mesma e falsa moeda!  Não há nada que verdadeiramente as diferencie. Compará-las é mais ou menos como comparar a Igreja dos Adventistas do Sétimo dia com a do Reino de Deus. Só se distinguem por algumas bagatelas e por algumas nuances. Por mais que os asseclas dos dois lados façam de tudo para marcar alguma diferença entre eles, o essencial é o mesmo e ambas são beatas e reacionárias.
Terminou seu breve discurso, bateu-me nas costas e, antes de meter-se chuva a dentro resmungou esta frase de Cioran: Um pensamento Bazzo.., um único pensamento.., mas que fosse capaz de destruir o universo!

De Zerbst a Havana...

Foto: Portada del libro
«…Recuerdo que una vez, de regreso del búnker, nos paramos en el balcón de la casa y vimos a lo lejos el cielo rojo como la sangre y yo le pregunté a mi madre: ¿No se estarán quemando los angelitos en el cielo?».
 La que escribe es Eva Ludwig, nacida en Alemania en 1940, una mujer de ojos azules e inteligencia desbordante. Hace años que la conozco (es traductora en Granma Internacional), pero hemos hablado poco. Hasta que hace una semana me extendió su libro, publicado por Ediciones Extramuros: Desde Zerbst a La Habana. Memorias de una alemana en Cuba. Libro firmado como Eva Santa Cruz.
 Ese día conversamos bastante y ella dejó ver lo que más tarde se magnificaría en sus memorias, leídas de un tirón: sinceridad y optimismo, aun para hablar de los recuerdos más dolorosos. Eva tenía cuatro años cuando los bombardeos se intensificaron sobre la Alemania nazi. «Dada la situación peligrosa, casi no se salía de los sótanos; se cocinaba en el lavadero… yo, por supuesto, no me daba cuenta de nada. Lo más importante era la papilla y mi mundo de fantasía».
 Su padre, oficial instructor del ejército alemán, muere en 1944 y la niña recuerda perfectamente el día que llevaron sus pertenencias a la casa. 
«…inmediatamente pedí a mi madre que me dejara comer en el plato en que él comía en el frente».
 Una niña sensible y juguetona, dueña de una memoria prodigiosa para describir sus rústicos juguetes, las escapadas al bosque, los perfiles de cada miembro de la familia, los trabajos y carestías sufridos por su madre viuda para alimentar a tres niños, sin olvidar que, al calor de los horrores de la guerra provocada por Hitler, no faltaron quienes también veían en ellos a unos «cerdos nazis».
Primero llegaron fuerzas norteamericanas, que se fueron muy rápido. «Have you chocolate? (mendigábamos). ¡Qué horror!»… «Los rusos nos llenaron las manos de azúcar que nada despreciábamos, pues la ración de víveres era escasa»… Los soviéticos también les brindaban el potaje que cocinaban para la tropa, «pero… no se podía dar un paso (andaba descalza en la hierba) sin enterrarse una astilla de cristal o simplemente cortarse, pues ellos habían lanzado todo tipo de botellas vacías por las ventanas…».
El libro, de 111 páginas, habla de la infancia de Eva durante la guerra y después, cuando la familia tuvo que recomponerlo todo, de los primeros años viviendo en la República Democrática Alemana, donde en 1963 conoce a un joven cubano que estudiaba allí. Transcurridos dos años se maravilla cuando desde el barco en que viajaba descubre la entrada de la bahía de La Habana y, poco más tarde, se encuentra con la familia de su esposo, que la trata como a una hija y le ofrece a los recién casados la  mejor habitación de su pequeña vivienda. No habla español, pero empieza a estudiarlo y gradualmente se integra a la vida del país, a sus costumbres y maneras de asumir la vida como una cubana.
Cincuenta y cinco años desde entonces, dos hijos, nietos,  la felicidad de recibir en Cuba a su madre y a su hermano (su hermana también vive aquí, casada con un cubano), encuentros, desencuentros, el divorcio en los 80, una nueva pareja, cambios laborales, la misma vieja bicicleta para ir cada día al trabajo, visitas a la tierra donde nació y siempre de vuelta al país que le dio cobijo, una segunda lengua, vida, pura vida, y –quisiera pensarlo– parte de esa alegría de existir que no la suelta.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Enquanto isso...

O quê acontece, afinal, com esses pobres idiotas?


"O carvão se ri da cinza, sem saber que 
lhe espera a mesma sorte..."
Provérbio Masai
(Ver Claudio Cohen, in: Provérbios e o inconsciente, p.55)



(Ver Correio Braziliense de hoje)


Além do número crescente de casos de feminicídio, o jornal de hoje traz o relato de um caso de cadelocídio. Um idiota de vinte anos, lá do interior de Minas Gerais, por ciúmes de sua namorada, matou com uma barra de ferro a cadela Pitt Bull da moça. A mensagem esta mais do que clara, não esta? 
O que estaria acontecendo com esses idiotas? 
E essa pergunta só poderá ser realmente respondida se for feita, realmente de maneira correta, porque todo mundo sabe que se a pergunta for feita de maneira errada a resposta também virá de forma errada. Me entendem?
E deve ser feita primeiramente a eles, lá nas cadeias e depois, a elas, na companhia de suas mães, mas sempre ancorados no pressuposto e na idéia de que entre o raio e o para-raio quase sempre há uma certa cumplicidade, mesmo que seja inconsciente. Me entendem? E depois, como diz um pensamento Maori (nativos da Nova Zelândia): "O ferro da lança pode ser parado, mas não os dardos das palavras..." 
E já é hora dos psicólogos, dos sociólogos, dos antropólogos e dos lingüistas, ao invés de ficarem coçando o saco ou a vulva e se exibindo em seus escritórios, começarem a ter curiosidade em saber qual é a frase, qual é a palavra, o gesto ou a insinuação das mulheres que faz emergir, brusca e violentamente nesses cretinos o criminoso que hiberna neles desde Cain.  Lembram de Cain? O cara que, por ciúmes misturado com inveja, matou um quarto da humanidade com uma porretada só?

domingo, 24 de novembro de 2019

Um final de semana coroado de indigências... E de cretinices...


 "O mundo desaparecerá sem haver conhecido a tragédia de um imbecil; mas reserva-se todos os dias o prazer de conhecer seus triunfos..."
Vargas Vila


Se você ainda tinha alguma esperança na emancipação e na dignidade do país e de nossa gente, duvido que depois do espetáculo futebolístico deste final de semana e do teatro a respeito da morte de um animador de TV, você não tenha caído na real e perdido completamente as ilusões. , sem falar da afronta que essa pantomima escatológica representa aos outros100 ou 200 mortos do mesmo final de semana que morreram nas filas dos hospitais, com as tripas vazias ou com tiros nos miolos no mais absoluto anonimato...  
Inacreditável!
Por um lado um show psicopatológico nas fileiras dos fodidos e por outro um show exibicionista e psicopatológico nas fileiras dos gatunos, lezados, deslumbrados e novos ricos. Data vênia mas, pelo que sei, o morto não era lá nenhuma genialidade. Não foi 'herói' em nada! Não promoveu nada para arrancar o país da merda em que se encontra. 
E do futebol, (dessa mistura de neurastenia, com religião e analfabetismo) nem preciso dizer nada. 
Como ficar imune a essas duas idiotices? A esses dois exageros? a essas duas formas extremadas de jeguismo, de manipulação e de trambicagem entre compadres?
E a cena do governador do Rio de Janeiro, colocando-se de joelhos diante do sujeito que fez os dois gols?
Curiosamente seu entusiasmo e sua coreografia foram idênticos àqueles que teve quando seu "sniper" matou o adolescente que assaltava e que ameaçava explodir um ônibus...
Me desculpem, mas os shows deste final de semana deixaram claro que estamos como país e como sociedade, abaixo, bem abaixo da linha de indigência. Indigência moral, estética e ética! Este final de semana deixou explicito que nem as manadas e que nem os novos ricos têm vergonha na cara e que seus delírios humilham, envergonham e intoxicam todos os setores da vida e, pior: que, pelo movimento dos barcos, não haverá solução para os próximos 400 anos. 
Portanto: Viva o subdesenvolvimento! Viva a cretinice generalizada! 
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POST ESCRIPTUM 1 - Hoje, segunda-feira, um dia depois da epifania dos idiotas, aqui na Capital da República não se fala em outra coisa. Ouvindo as chanchadas dos locutores não tenho mais dúvidas: no futuro, quando os protocolos para concessões de rádios e tvs forem radicalmente alterados, para um sujeito desses ter direito de sentar-se diante de um microfone ou de uma câmera para dali dirigir-se às massas, terá que, antes, submeter-se a um rigoroso teste de Rorschach...

POST ESCRIPTUM 2 -  "O rebanho não perdoa aquele que não tem o porte de uma ovelha. Manter-se erguido no meio do aprisco genuflexo já é ter postura de pastor; mas isto também mancha. O pastor esta sempre dentro ou próximo do rebanho e sofre do contágio de suas epizootia. A única maneira de não se diminuir, de não se manchar e de não se contagiar é estar fora do rebanho, sobre o rebanho, longe do rebanho..." V.V.




João Cândido e a Revolta da Chibata...

sábado, 23 de novembro de 2019

Enquanto isso.., lá em Lima...


[... Quem passou cego por esta vida, continuará cego na outra...]
(Em alguma página do Alcourão)

Um dos primeiros pedagogos latinoamericanos...


Fue el pirata de más corta carrera y sin embargo el que más sangre derramó. Edward Teach, recordado como Barbanegra, aterró a los marineros del Caribe y de la costa este de Estados Unidos entre 1716 y 1718. Su personaje inspiró cuentos y películas como el más malvado de la historia. Pero el legendario bucanero, de enredada barba negra, perdió la última batalla y fue abatido el 22 de noviembre de 1718, hace poco más 300 años.
En un largo artículo publicado este viernes, National Geographic recuerda en su sitio al famoso pirata que sembraba terror allí por donde pasaba.
"Su apodo, Barbanegra, se debió a su abundante y enredada barba, de un intenso color negro, la cual adornaba, según reza la leyenda, con mechas de cañón que él mismo encendía durante los abordajes para infundir aún más terror entre sus enemigos", relata.
Dónde nació es un misterio. Pudo haber sido en Gran Bretaña, en Estados Unidos o hasta en Jamaica. Su espíritu infame venía de familia, que manejaba una cantina, donde drogaban a los marineros para luego embarcarlos en naves aberrantes necesitadas de tripulación pero a las que nadie quería subir.
Pero como Barbanegra sabía leer y escribir tal vez tuvo otros orígenes más acomodados. 
Con todo, no hay dudas de que su fechorías en el mar empezaron durante la guerra entre Francia e Inglaterra por el control de Estados Unidos. Él era un corsario inglés y su presa eran los barcos franceses. Pero cuando la guerra terminó, el destino de corsario viró rápidamente al de pirata.
Según relata National Geographic, la isla de Nueva Providencia fue el escenario de sus primeras maldades. Ahí fue donde capturó un carguero español procedente de La Habana, otro de las Bermudas y un tercero de Madeira.
En 1717 se apoderó del barco mercante francés Concorde, que se convertiría luego en su buque insignia. Lo rebautizó, algo que entre marinos no trae buena suerte. Un barco nace y muere con su propio nombre. Sin embargo lo rebautizó como Queen Anne’s Revenge (La venganza de la reina Ana). Lo convirtió en una formidable máquina de guerra a la que armó con más de cincuenta cañones. Pero el espectacular Queen Anne terminó en el fondo de mar. Lo encontraron mucho después, apenas restos, en 1997 frente a Carolina del Norte.
Durante diez años una expedición buscó al Queen Anne. El doctor Richard Lawrence, director de la expedición, hurgó en la sección de libros raros de la biblioteca pública de Nueva York y en el Atlántico Norte, hasta localizar el lugar en el mar.
Cuando encontró los restos del Queen Anne exclamó: "Estoy un 90 por ciento seguro de que los restos que encontramos frente a la costa de Carolina del Norte son del barco de Barbanegra".
Claro que se encontraron restos del galeón: algunas partes, una campana de bronce y un cañón.
El barco se fue a pique en una memorable batalla frente a las costas de Beaufort, en Carolina del Norte, en abril de 1717. Barbanegra logró huir llevándose un tesoro. Al menos eso dice la leyenda. Nadie nunca encontró una moneda de esa montaña de oro que acuñó el pirata durante sus años de pillaje.
Pero el hallazgo del barco no aportó más datos sobre Barbanegra. De él sigue sin saberse gran cosa, algo que alimenta aún más su leyenda.
Dicen los relatos de época que Barbanegra no respetaba para nada las reglas de la piratería. 
No tenía nada de romántico. No era justo a la hora de repartir el botín.
No se parecía en nada a Francis Drake o a Errol Flynt en la pantalla.
Era tremendamente cruel con su tripulación y mató a más de 200 hombres y mujeres, incluyendo a varios de sus contramaestres, en sus dos años de piratería.
A uno de estos últimos, Israel Hands, lo asesinó después de emborracharse juntos una noche de junio de 1717. Torturaba a los prisioneros de las batallas y participaba de orgías sanguinarias. De más está decir que le tenían pánico.
Iba con tres pares de pistolas y dos espadas. Tenía la voz ronca y era alto: imponentes dos metros de altura, y aspecto y mirada demoníacos.
Según National Geographic, la "hazaña" que hizo célebre a Barbanegra fue en la base naval de San Vicente, en las islas de Barlovento, donde capturó al Great Allen, que transportaba un valioso cargamento. Asesinó a la tripulación y quemó el barco. Al conocerse la noticia, el buque de guerra inglés Scarborough zarpó enseguida para dar caza a Barbanegra, pero el navío sufrió una sonada derrota y tuvo que retirase. La noticia corrió como la pólvora y Barbanegra se convirtió en el enemigo público número uno del Imperio.

Vivo o muerto​

En 1718, el gobernador de Virginia, Alexander Spotswood, ofreció 100 libras de recompensa por la captura del pirata "vivo o muerto". Los ataques del pirata estaban poniendo en jaque la economía de la colonia.
Spotswood envió al teniente de la Marina Real, Robert Maynard, a buscarlo
Maynard y su gente partieron a bordo de dos balandras, dos pequeñas embarcaciones de un solo palo, Ranger y Jane. Navegó hasta el extremo de la isla de Ocracoke, en Carolina del Norte, y lo encontró. Pero no actuó entonces, esperó.

Barbanegra luchando contra el teniente Robert Maynard. Obra de Jean Leon Gerome Ferris (1920).
Barbanegra luchando contra el teniente Robert Maynard. Obra de Jean Leon Gerome Ferris (1920).
Barbanegra cayó víctima de su propia omnipotencia: hacía tiempo que no se ocultaba y que aparecía en las costas y los bares del puerto sin importarle nada.
Por eso, Maynard lo encontró fácilmente a bordo de otra balandra, tomando ron. Toda la noche, Barbanegra había tomado ron haciendo negocios con el capitán de ese barco.
Al día siguiente, el 22 de noviembre de 1718, Barbanegra, que ya estaba avisado de la llegada del teniente inglés, puso rumbo hacía el interior de los canales de la isla a bordo del Adventure.
La batalla fue sangrienta, con los barcos  varándose en los canales internos de la isla. Barbanegra decidió abordar una de las balandras inglesas, a la que vio vacía. Su tripulación estaba escondida en la bodega con la armas listas. Fue la trampa perfecta. Barbanegra cayó con 20 cuchillazos y cinco tiros encima.
La tripulación fue detenida, juzgada y condenada a muerte. La cabeza de Barbanegra colgó durante mucho tiempo del bauprés, el mástil que sale casi horizontalmente de la proa, de su propia nave.
Dicen que el fantasma de Barbanegra flotó durante días alrededor del barco, incluso hoy su alma sigue vagando en Teach's Hole, en la isla de Ocracoke.
Con información de archivo Clarín y National Geographic
AP

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

DO FOTÓGRAFO CHINÊS REN HANG (Morto aos 29 anos)
















E a syphilis esta de volta! Ou: uma noite com Vênus e a vida inteira com Mercúrio...

{... Quell'agente patogeno, mille volte più virulento di tutti i microbi, l'idea di essere malati...}
Proust
( Citado por Guido Fintoni, in: Medici e medicina, p. 21)






Segundo a matéria publicada hoje num jornal da cidade, uma especialista do Ministério da Saúde declara que Brasília vive uma epidemia de sífilis. Caralho! De inicio pensei que ela estivesse falando metaforicamente, mas não. 
Claro que isto não é de agora. Há uns cinco anos um taxista me relatava que várias de suas clientes, profissionais da noite, angustiadas, se queixavam que já não havia mais Benzetacil nas farmácias. Claro que a sifilis não é patrimônio apenas das mulheres da noite, mas elas, naturalmente, pela insalubridade de suas profissões, são mais vulneráveis. E os maridos infiéis - me dizia o taxista - pegam uma aqui e outra ali e depois contaminam suas "esposas"que, por sua vez, contaminam seus amantes e assim a putaria contamina o mundo... Sem falar dos copos, das xícaras, dos talheres, das linguas, dos beijos e das mãos mal lavadas...
A história da sifilis se confunde com a história da humanidade e tem até uma enredo poético. Syphilis era o nome de um pastor num poema de um signore e médico italiano de nome Girolamo Fracastoro (1530). Por falar em pastor, uma das lendas a respeito da origem da sífilis diz que ela era proveniente das relações sexuais  entre pastores e cabras, ovelhas, porcas, cachorros e etc. Para uns, trata-se de uma doença francesa. Para outros, de uma doença italiana, (Casanova, Porco Dio!), para outros veio da China. Para outros foram os navegantes portugueses, os nômades, os hippies, os vagabundos, os apátridas. Para outros se originou na Arca de Noé: Noé e suas cabras! Já esta lá no Antigo Testamento, etc, etc.  De onde veio não tem muita importância, o problema é que enquanto você tagarela por aí, nos cafés das cinco, achando que é eterno, as Treponemas pallidum e outras espiroquetas podem estar ali nas bordas da xícara, te paquerando.
O fato curioso e quase poético é que como, na medicina arcaica essa praga era tratada com mercúrio, já naquela época se costumava ironizar: uma noite com vênus e a vida inteira com mercúrio.


quinta-feira, 21 de novembro de 2019

mientras...

Racismo, xenofobia, aporofobia e outras psicopatologias...





































"Existem duas classes de compaixão. Uma covarde e sentimental que, na verdade, não é mais do que a impaciência do coração para livrar-se o quanto antes da  emoção incômoda causada pela desgraça alheia, aquela compaixão que não é compaixão verdadeira, senão uma forma  instintiva de afugentar a pena estranha da própria alma. A outra, a única que importa, é a compaixão não sentimental mas produtiva, a que sabe o que quer e esta disposta a compartilhar um sofrimento até o limite de suas forças e até mesmo além de suas forças..."
Stefan Zweig
(IN: Impaciencia del corazón, citado por Adela, nas páginas 26 e 27)


Ontem foi comemorado o dia Da Consciência Negra. Assisti a praticamente todos os eventos e a todas as manifestações a respeito. Muitos discursos mentirosos e hipócritas de brancos cretinos aproveitando a data para tirar o cu da reta... e por parte dos negros, a mesma choradeira de sempre. Há décadas, tudo se reduz a mendigar aceitação por parte das elites. Isso é ridículo! Implorar e esperar reconhecimento do opressor é submissão demais! É bizarro!
Não vi ninguém, nem mesmo entre os jovens negros, mencionar a Malcom X e nem aos panteras negras.  Lembram da frase: "você não pode odiar as raízes de uma árvore e não odiar a árvore. Você não pode odiar a África e não se odiar."?
Não vi ninguém levando em baixo do braço o livro Pele negra máscaras brancas ou Os condenados da terra, do psiquiatra da Martinica, Frantz Fanon (1925-1961). Que alienação é essa? Conhecer os processos psicopatológicos da colonização e da escravidão é crucial, para qualquer um...
Além disso, como somos o cruzamento de praticamente todas as "raças" planetárias, quem é que, entre nós, não sendo um idiota, teria moral para discriminar alguém pela cor de sua pele, de seu cabelo, de seus olhos? Começo a questionar-me se não esta havendo confusão entre  racismo e aporofobia. Ah, não sabe o que é aporofobia? Deveria saber.
Em outras palavras, o preconceito de nossas mestiças e fajutas "elites" pode ser muito mais com a pobreza do que com a cor da pele, haja visto que os negros ricos normalmente não têm nada a declarar sobre o assunto e que, quando lembram de ter sofrido alguma discriminação "racial" foi no tempo em que ainda eram pobres. Alias, a própria discriminação dos negros ricos contra outros negros (que não é pouca); ou dos brancos ricos contra outros brancos (que não é pouca); ou dos asiáticos ricos contra outros asiáticos (que não é pouca) não é pela cor da pele e nem pelo formato dos olhos, mas pela pobreza.
No recente trabalho: Aporofobia, el rechaço al pobre, da professora catedrática de Ética na Universidad de Valência, Adela Cortina, analisando o assunto naquele país, ela escreve:

1. O pobre é aquele que incomoda, inclusive na própria família, porque se vive o parente pobre como uma vergonha que não convém mostrar. Por outro lado, é um prazer exibir o parente triunfador, bem situado no mundo acadêmico, político, artístico ou dos negócios. É a fobia ao pobre (aporofobia) que leva a repudiar as pessoas, as raças e aquelas etnias que habitualmente não têm recursos e que, portanto, não podem oferecer nada, ou pelo menos parece não poder fazê-lo.

2. Claro que existem muitos racistas e xenófobos, mas aporófobos são quase todos.

3. Não se incomodam (e não discriminam) os ciganos triunfadores no mundo do flamengo, nem repudiam os investidores estrangeiros que montam fábricas de automóveis em nosso país, capazes de gerar empregos. (...) Mas, pelo contrário, as portas se fecham diante dos refugiados políticos e diante dos imigrantes pobres, que não têm o que perder além de suas correntes; diante dos ciganos que circulam pelos bairros marginais... 
As portas da consciência se fecham diante dos mendigos sem uma casa, condenados mundialmente a invisibilidade...

Adela Cortina Orts
Paidós, Barcelona, 2017

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

As fake news e as falsidades religiosas...

"Quando seu filho chegou a idade adulta, Crates o levou a um bordel e, apontando para o ambiente lhe disse: foi assim como teu pai se casou..."
Diógenes Laércio 

Nesta quarta-feira quase chuvosa encontrei o Mendigo K em frente a uma igreja de periferia. Fiquei curioso em saber o que ele fazia ali. Mostrou-me uma página de jornal com vários parágrafos grifados, que tratava da nova lei contra Fake News e que condena seus atores em até 8 anos de cadeia. E me falou com uma certa satisfação: Agora, todas as seitas e religiões irão para o saco!  Os padres, os pastores, os rabinos, os pais de santo, missionários, prosélitos. místicos e todos esses propagandistas do absurdo serão condenados e presos. Ou não? Me diga alguma coisa que eles divulgam em seus rituais que não se enquadra na Lei de Fake News... E isto, sem falar dos historiadores  que nos antecederam. Vasculhe os arquivos. Examine as teses. Faça um retrospecto da cultura oral, das propagandas de medicamentos e de alimentos e da própria Justiça. Examine os livros de contabilidade dos puteiros, dos clubes, dos partidos, e dos santuários! Tudo é Fake News, meu amigo... 
Mas, paradoxalmente, não dá para negar que é na mentira que residem todas as belezas do mundo! 
Preste atenção: a Verdade, a Notícia Verdadeira nunca foi e não é tolerada, ela implodiria e reduziria rapidamente o processo civilizatório a uma montanha de escombros.  Nos empurraria de volta para o meio do charco larvário de onde somos provenientes...
Sim, essa lei é uma idiotice, porque ela ignora que só a mentira nos une, social, histórica, sexual, política, comercial, jornalística, religiosa, filosófica e amorosamente...
Disse esta última frase com ênfase, enfiou o jornal na mochila, acendeu um cigarro e desapareceu.



segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Quel tal ir para um RESSORT?


 "Oh sim, disse com meu botões, tudo vai acabar! Ufa! Já vimos muita coisa... aos 65 anos e lá vai fumaça, porra, que importância tem para a gente a pior das piores arquibombas H?... Z?... Y? Um sopro!... uma ninharia! Mas o que é horrível é o sentimento de ter perdido tanto tempo e de ter feito toneladas de esforços por esse bando horroroso e diabólico  de bêbados, filhos da puta, puxa-sacos..."
Céline 
(na primeira página de seu livro Norte)


Depois dos anos 50, os estrangeiros que tinham dinheiro (limpo ou sujo) empatado em poupanças ou em bancos à beira da falência tiveram uma idéia  "maquiavélica" que lhes rendeu e que rende lucros astronômicos: montar ressorts mundo a fora, principalmente nos chamados países do Terceiro Mundo, (América Latina,  Ásia, África e etc). O que seria um ressort? Uma espécie de quermesse permanente, uma variável dos circos do passado com o objetivo aparente de entreter, divertir, apaziguar e acalmar a turba, principalmente os que se acham "emergentes", os "quase emergentes" e até mesmo os fodidos mais arrogantes, mas com o objetivo real de subtrair deles o mísero dinheiro (limpo ou sujo) que, por acaso conseguiram acumular. O Brasil hoje todo mundo sabe, é pródigo em lugares desse tipo. Cada Estado tem dois ou três e sempre nos espaços mais exóticos, com alguma beleza natural, uma praia, uma montanha, uma tribo, águas sulfurosas e quentes, animais esquisitos, prostituição infantil, mata tropical etc. Quem são os donos? Ninguém sabe e ninguém saberá. 
Qual o processo? 
Os interessados agendam o governador e outras autoridades daquele Estado, levam um presentinho para suas esposas e fazem uma apresentação do projeto (com slides coloridos e músicas)  prometendo que será um paraíso terrestre e que lhes renderá muitos votos. Mas, a condição principal é que o terreno lhes seja doado e com isenção de impostos por 50 anos. Cinquenta anos? Sim, os grandes investidores e as aves de rapina não pensam só neles, pensam também em seus filhos e em seus netos. Pela manhã esta tudo resolvido. Uma semana depois começam aparecer os tratores, os topógrafos, os agrimensores, os arquitetos falando outro idioma, as assistentes sociais que entrevistam as donas de casa, os ecologistas, os especialistas em aves, em botânica, em rios subterrâneos, em clima e, fundamentalmente, no comportamento das manadas. E, com medo que o governo mude e o projeto seja barrado, trabalham dia-e-noite. Cinco anos e tudo esta concluído. A beleza é inegável. Um mísero córrego que estava condenado pelas fezes dos patos agora move um tobogã aquático . As árvores que estavam morrendo agora estão catalogadas em latim e dão flores duas vezes por ano. Pássaros da região que já eram considerados extintos voltaram a aparecer e cantam pela manhã quase junto ao canto dos galos. Dizem que havia um casal num zoológico europeu. As piscinas são de um azul caribenho. Parece haver até uma brisa artificial. E carrinhos de golfe deslizam silenciosamente pelas veredas transportando fazendeiros analfabetos e gordinhos de um lado a outro daquele paraíso. Por vício, se sentem donos de toda aquela maravilha! É evidente que saíram da pobreza mas que a pobreza não saiu deles. Mas que importância tem isso? Sem nenhuma prepotência, é quase melancólico estar ali no meio daquela gente que, como diria Borges, a margem da história não fez outra coisa além de ordenhar vacas . Luzes ocultas na relva dão às trilhas na mata atlântica regenerada um clima romântico. E os casais fingem estar em lua-de-mel. Pagaram uma fortuna, é verdade, mas para que serve o dinheiro se não é para financiar esses pequenos prazeres? E o ressort esta lotado. Funcionários para lá e para cá dentro de seus uniformes vão falando como se também fossem donos: 
Eu não tenho mais vagas!
Eu não gostaria de autorizar-lhe isso! 
Nosso empreendimento quer proporcionar-lhe o melhor que há! Nossos hóspedes! Nossos colaboradores! Nossa filosofia! 
Imitam chavões, linguagem trejeitos e babaquices de executivos internacionais (principalmente de americanos e japoneses). Mas, é visível que eles também saíram da pobreza mas que a pobreza e o subdesenvolvimento não saíram  deles. Que merda! Quando os ouço vou pensando com uma certa ironia na Análise Política Semanal do PCO (Partido da Causa Operária!) e também naquela expressão usada por alguns editores a respeito do livro que estão editando: "bordado de prata e recheado de merda".
Um horror de pobreza, de costumes  e de história. A comida é feita para rebanhos, o café da manhã também. E o abuso do ar condicionado lembra que no "terceiro mundo" essa porcaria ainda é signo de prosperidade e que quem o controla associa as baixas temperaturas com alta prosperidade, alto poder aquisitivo. Aqueles que são portadores de uma pneumonia ou de uma tuberculose mal curada podem  ir, de um dia para outro, como dizem os veterinários, a óbito. 
Em síntese: passei o dia da Proclamação da República num deles e lhes aconselho: Quando ouvirem a palavra entretenimento ou ressort, pensem logo em algo como um congresso geriátrico, como um encontro de aposentados classe média e fujam. Queimem seus passaportes. Não sejam mais otários!
A mim, além de todos os horrores mencionados, o que mais me impacta é que nesses ambientes, diferentemente do que se ouvia nas espeluncas do passado, onde sempre havia alguém trepando no quarto vizinho, ali não se ouve absolutamente nada além de uns gemidos, mas que longe de serem de gozo, são de dor na coluna servical.
Caralho! Que decadência!
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Observação: Apesar da aparente satisfação, otimismo e bem-estar desses hóspedes forasteiros, a população nativa que habita na penúria a periferia desses empreendimentos, costuma estar mergulhada num pessimismo a la Schopenhauer e às vezes até tão intenso como o niilismo budista,  colecionando desgraças, doenças e expectativas de um porvir tenebroso para todo mundo. Ouvindo um desses moradores relatando suas misérias e suas previsões trágicas, pensei na primeira frase que Céline coloca em seu livro Norte, fazendo ironia com alguém tomado pela sinistrose: "Oh sim, disse com meu botões, tudo vai acabar! Ufa! Já vimos muita coisa... aos 65 anos e lá vai fumaça, porra, que importância tem para a gente a pior das piores arquibombas H?... Z?... Y? Um sopro!... uma ninharia! Mas o que é horrível é o sentimento de ter perdido tanto tempo e de ter feito toneladas de esforços por esse bando horroroso e diabólico  de bêbados, filhos da puta, puxa-sacos..."



E, NO DIA-A-DIA DESTA CASA DE ORATES: Noticias do Carvalhosa, do Lula, do Gilmar, do Fernando Henrique e da República proclamada...

[... O país inteiro parecia-lhes alucinado, fútil, idiota, incompetente, sem nenhuma esperança a não ser a esperança de que o inimigo talvez também estivesse igualmente maluco...]
Bernard Shaw 
(IN: Casa e orates, página 25)
















quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Invadiram a Embaixada da Venezuela... (Trata-se da milícia de direita ou da milícia de esquerda? Aliás, o que é que as diferencia?














Em Brasília esta fazendo um calor infernal.  Todo mundo esta se perguntando quando é que o governador fará a transposição de algum rio para cá? O imenso Araguaia ou pelo menos o São Bartolomeu.
E muitos habitantes daqui já estão certos de uma coisa: quando chegarem no inferno terão a sensação do Déjá-vu, isto é, de já haver estado lá. 
Mas hoje é praticamente feriado na cidade, esta todo mundo coçando o saco nas varandas, nos parques ou pelas alamedas enfeitadas de flamboyans, porque estamos recebendo os chefões dos BRICS. (Lembram do Bric à Brac?) 
Dizem que já viram o Putin por aí. Dos outros, da China, da India e da Africa do Sul, ninguém fala nada. Mas o fato mais transcendente de hoje, esta sendo a invasão da embaixada da Venezuela logo ali, num lugar paradisíaco e a beira do lago... 
A curiosidade é imensa: quem são os protagonistas e o que querem.? Seriam de direita ou de esquerda? Do Circo de Soleil ou extra-terrestres? Beatos da Irmã Dulce da Bahia ou da Madre Tereza de Calcutá? Seriam anarquistas incendiários Bakuninistas ou enviados do Chico Xavier?  Por enquanto ninguém sabe... Dizem apenas e simplesmente que pularam os muros e que são de uma milícia... De uma milícia? Ora, então nada mais lógico do que enviar os cães de outra milícia para arrancá-los de lá... E dizem que durante o tumulto viram um pássaro exótico sobre o arame farpado das cercas da embaixada. Seria o espírito do comandante Hugo Chaves feito pássaro?
Como Brasília é Zen, os guardas e os diplomatas deveriam estar filosofando ou fazendo poesias pelos jardins dos palácios quando os invasores apareceram. 
Parece estranho, mas não é. O que mais poderiam estar fazendo os diplomatas, em uma quarta-feira como esta? O que mais podem fazer os diplomatas, quando não são aficcionados pelo jogo de  xadrez ou quando, por um problema de bílis, não podem tomar chá cafeinado com biscuits às 17:25 horas? E é bizarro que quando se fala em diplomatas, vem logo um pé de chinelo sobre tamancos citar a Convenção de Viena. Viena? Ora, falar de Viena é falar do Império Austro-Húngaro. E depois, quando falam da tal Convenção de Viena com tanta paixão como se fosse um anexo do Antigo Testamento ou mais uma das Cláusulas pétreas, será que não estariam apenas se referindo ao Schnitzel com vinho ao som de uma das bagatelas de Beethoven?   Bah!, Que bando de farsantes!
Da Venezuela não sei muita coisa. Tive uma vizinha em Barcelona que era de lá, que estava se doutorando em arquitetura, que tinha na sala um poster de Simon Bolivar, que gostava de tocar Chopin no piano e que me  dizia, com um certo orgulho que seu país, além de petróleo tinha um Ministério da Inteligência e uma das orquestras sinfônicas mais importantes do mundo. 
Mais recentemente, já neste século, vi um documentário sobre os cachorros de rua em Caracas, de todas as raças e tamanhos. Iam melancólicos e cabisbaixos de um lado a outro, esqueléticos e na maior penúria.
Enfim, seja você da confraria que for, tente lembrar-se de vez em quando daquilo que dizia G. Bernanos: "O escândalo não está em dizer a verdade, mas em não dizê-la por completo. Em introduzir nela uma mentira por omissão que a deixa intacta por fora mas que, como um câncer, lhe destrói internamente o coração e as entranhas..."

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Cláusula Pétrea é o C. (ou deveria ser...)

Qualquer pessoas sóbria e lúcida sente calafrios quando ouve esses energúmenos de plantão falando em Cláusula Pétrea
Logo logo estarão falando em Saúde pétrea! Matrimônio pétreo! Moral pétrea! Fanatismo pétreo!
É necessário, isto sim, ter um cérebro pétreo e reacionário para digerir um conceito desses a respeito das pedras! 
Sorte que o livro do Bauman,
Modernidade líquida, já esta nas bancas...
E o pior é que há meses não se fala em outra coisa além da tal Cláusula Pétrea
O assunto é ridículo duas vezes. Primeiro pela  petulância estúpida dos Constituintes em achar que estavam dando a última e definitiva palavra sobre assuntos sociais. E segundo, porque se referiam a pedra, como sendo algo imutável. Imutável? Ora, não sejamos idiotas! 
E nem é necessário fazer uso de dinamite, uma marreta basta.