Anteontem, ontem, e ainda hoje muitos dos comentários aqui da República giram ao redor das três ou quatro meninas de 17/18 anos que numa dessas escolas sucateadas da periferia foram surpreendidas no banheiro, semi-nuas, dançando um funk e com uma delas lhes apontando uma arma de brinquedo.
Não sei se isso é uma perversão de minha parte, mas achei o roteiro a performance e a mensagem simbólica dessas alunas, espetacular. As "tias", comendo bolachas e tomando chá na sala dos professores, quando ficaram sabendo, foram até o local da "festa", fizeram um escândalo, baixaram os olhos para não verem os corpos suados e semi-nus das moças, clamaram por ajuda divina - que não chegou -, depois comunicaram as famílias, chamaram a policia - que chegou -, cheiraram as paredes e as fechaduras buscando algum vestígio de erva e de fumaça, colocaram a culpa no Bolsonaro e pensaram até em comunicar o fato à ONU...
E o resto da turma que em suas salas decorava o nome das capitais brasileiras; a localização dos rios mais volumosos do mundo; a quantidade de soja que é produzida anualmente no Mato Grosso e em Goiás; a data em que foi engendrada a última constituição e o número de deputados e senadores que há no Congresso Nacional, parecia achar tudo normal... E era.
A desagregação psico-social é visível até para quem é míope, e vem sendo gestada há décadas pela canalha que veio se sucedendo no poder .
A desagregação psico-social é visível até para quem é míope, e vem sendo gestada há décadas pela canalha que veio se sucedendo no poder .
Mais tarde, falando em estresse pós traumático, duas ou três das "tias" aproveitaram para pedir uma licença remunerada de uma semana e tudo ficou por isso mesmo.
Chegando em casa voltei a ler El pequeño libro rojo de la escuela, de Soren Hansen y Jesper Jensen.
Uma Maldição Chamada Escola - Revista Víbora Edição 4 pagina 3
ResponderExcluir