sexta-feira, 4 de maio de 2012

Como dizia o "filósofo" Hitler: O único mal de uma guerra é perdê-la!


Quase 100 mil visitas! Para quê? Se cada uma tivesse me rendido pelo menos uma moeda de dez centavos, já poderia passar uma semana como a do Cabral e a do Cavendish lá em Paris ou nos cassinos de Monte Carlo! Mas não me renderam nada, absolutamente nada! Nos tempos em que a mídia só publicava os textos de seus apaniguados e os  próprios, pelo menos essa profusão interminável de choradeiras, de sintomas e de histerias não era conhecida e nem acessível ao grande público. Ia-se lá nas redações dos jornais implorar e mendigar que um daqueles caras simpatizasse conosco e enfiasse nossas cinco ou seis frases num pé de página qualquer, mesmo que fosse ao lado de propagandas de máquinas de lavar ou de anáguas... E quando a mendicância tinha êxito, voltavamos para casa deslumbrados com a publicação de nossas bobagens enfiada no sovaco. Caso contrário, regressavamos cabisbaixos para nossos cortiços e aqueles rabiscos inúteis ficavam para sempre nas gavetas, nos bolsos ou ao lado dos vasos sanitários para alimentar o narcisismo de seus acocorados, tristes, desenxabidos e vaidosos autores. Agora não! Agora cada pavão e cada mariposa tem uma editora e uma distribuidora em seu quarto. O mal foi triplicado. Qualquer mentecapto lança sua "obra", seus gostos e desgostos pela janela e eles dão a volta ao mundo em muito menos tempo do que aquele que precisou Marco Polo para suas peripécias. Cada sujeitinho, por mais desprezível que seja tem seu twitter e é seguido por manadas inteiras... Mas, para quê? Que fantasias alimentam essa compulsão infantil de quem escreve e de quem, por achar-se importante, continua engendrando frases, páginas e mais páginas? O quê faz essa gente acreditar que elas sirvam para alguma coisa e que, transitando pelo mundo a fora lhes garantam alguma distinção ou algum ganho? E os leitores? O que esses 100 mil acessos - por exemplo - significaram para aqueles que, desde suas alcovas se propuseram a visitar diariamente esse MuRRo de lamentações? Ler as próprias merdas, todos os dias, ainda vai... mas ler as merdas dos outros incansavelmente!!! Quanta ociosidade e quanta falta de substância! Pelo menos as míseras 7 notas musicais deram origem a toda a monumental obra de Bach ou de Mozart!!! Já as vinte e poucas letras dos nossos alfabetos... o que nos proporcionaram além desse mar de leroleros, dessa mesmice melancólica e desse salivamento de pretensiosos!!! E falam de si mesmos quase como se fossem divindades. A Bienal do mês passado foi um show nesse particular! Uns confessam que demoram até um ano para deixar pronta uma página ou até mesmo um trocadilho; outros acreditam que são porta-vozes do além, que são possuídos por uma "inspiração" vinda de outras constelações, que suas macaquices só serão compreendidas daqui a quatro ou cinco milhões de anos... Outros recitam a viva voz seus poeminhas virando os olhos e endurecendo o pescoço! Quê espetáculo! E como todos tinham já uns sessenta e tantos anos, pode-se deduzir que quando crianças, todos tiveram que engolir os mesmos e ridículos livretinhos infantis e que mais tarde, enquanto os milicos incineravam jovens indignados nos fornos das usinas, perdiam tempo escrevendo suas transcendentes tagarelices... E nessas ocasiões, nunca falta uma platéia de imbecis para fazê-los permanecerem a vida inteira ancorados nesse Complexo de Peter Pan e seguirem acreditando que pertencem a uma casta especial e que a "vida" é isso aí mesmo! Escribas de menor visibilidade, no auge da submissão, incentivam a queimação de incenso em suas palestras e a necessidade de, na primeira chance, enfiar-lhes mais um honoris causa pelo rabo... E as bibliotecas, os museus e barracões afins não comportam mais tantas fotos de diretores nas paredes, tantas prateleiras e tantos códigos para ordenar toda essa baboseira. Uns se dedicam a biografias, outros a monografias, outros a romances, crônicas, diários, poemas, ensaios, cordéis... E os padres e os camelôs da literatura querem, a qualquer custo, enfiar livros e mais livros em todo e qualquer buraco. Até nas celas dos presídios, para que vejam, a Bíblia e os livros do Paulo Coelho estão em baixo de cada travesseiro, com aquelas legiões de condenados passando a vida lendo e fumando... a espera do Salvador ou pelo menos de algum advogado. Quê miséria! Os porões das Secretarias de Educação estão repletos de material que nunca foi distribuído e que de vez em quando é secretamente incinerado, tanto para justificar novas compras como para combater as ninhadas de ratos... Quanta bobagem! O que teria acontecido de tão grave com esta espécie? 
Enfim, tocar fogo na Biblioteca de Alexandria foi fácil. Bastou o califa Omar dar a ordem e pronto. Quero ver agora... como fazer algo parecido com todos esses blogs!!!???

3 comentários:

  1. vaidade de quem não quer se mostrar vaidoso

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  2. Recordo-me que em um passado não muito distante, se alguém estivesse apenas passeando pelas ruas, sem rumo, sem objetivo, apenas andando e refletindo, após às 22:00h, poderia ser preso por vadiagem... Se mudo já estava errado, imagina se falasse, escrevesse ou publicasse algum pensamento que não estivesse "em conformidade" com o governo? Na terra em que outrora tudo era proibido, e que obedecer era a única opção; hoje se desenha um novo quadro, onde tudo pode ser dito, escrito e publicado... Abriram-se as portas da censura, e paralelo ao desenvolvimento tecnológico, trocaram-se os papéis pelo monitor, e a escrita manual pelo teclado, em uma velocidade vertiginosa... O que era proibido era escasso e minuciosamente rebuscado. Hoje, "não há censura" para o besteirol, e qualquer indivíduo de 6 aos 100 anos pode derramar o que quiser nessa imensa rede de "informação" ou "desinformação"... Penso que há um perigo escuso em todo esse processo, porque a "desinformação" pode ter o mesmo, ou pior efeito, que a própria censura...

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  3. Pensei que talvez pudesse te interessar... texto enviado pelo psicanalista, dr. Campos Menezes, o acusado de tentas ofensas a negros, nordestinos e por aí vai:

    "A histeria midiática e os ataques aos psicanalistas e à sociedade conduzem a um Real borromeu impregnado de angústia.
    É nesse momento que podemos perceber a veracidade da teoria da psicanálise como sintoma da civilização; e o sintoma mais grave constitui-se nas sociedades psicanalíticas entre si com uma rivalidade edipiana.

    Sabemos que os psicanalistas recebem ataques de objetos maus desde a fundação da psicanálise por Freud. Lacan, muito mais, foi vítima do seio mau com a mortífera posição da IPA no sentido de desqualificar o seu lugar simbólico de sujeito suposto saber. Durante sua vida passou por quatro sociedades psicanalíticas, e ele mesmo diz em seu seminário, “estou acostumado a conviver com o lixo doméstico da psicanálise, pois em minha vida passei por quatro sociedades”. Lacan saiu incólume.
    Os ataques não se restringem ao campo do outro, mas podem vir do Outro em um movimento do divã ao sofá.
    Para terminar, coloco que a philia transferencial institucional triunfará na revigoração dos sujeitos analíticos dos analistas.
    Atenciosamente,
    Dr. Campos Menezes
    Presidente da ARPI"

    Lúcio

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