segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Imprensa (ou o Quarto Poder) obrigada a disseminar a demagogia dos outros Poderes...


Amanhã ou depois de amanhã começarão as propagandas eleitorais em todos os meios de comunicação. Os surdos que no passado estavam livres dessa baboseira agora, com a linguagem em libras, também serão atormentados. Mesmo sendo unânime a idéia – e com razão – de que todo político é bandido, está todo mundo louco para conseguir uma vaguinha no Palácio, nos gabinetes de suas respectivas Assembléias Legislativas ou simplesmente a parte que lhes cabe neste latifúndio... Apesar dos carneirinhos de presépio que rondam por aí queimando incenso à canalha o certo é que só as tripas e os culhões nos movem neste nosocômio. Prestem atenção como nesse período de palavrórios estéreis ninguém mais canta pelas ruas o Funeral do Lavrador e como não brotará da boca de nenhum desses ladinos uma única reflexão que sequer se aproxime às que cito abaixo:

I. Quando a Assembléia Nacional se converte num teatro de quinta categoria todos os teatros de quinta categoria devem converter-se em Assembléias Nacionais... (anônimo)

II. A tarefa suprema do homem não é a instrução e nem a civilização, mas a livre criatividade... (Max Stirner)

III. Não há que se enganar: É O TEMPO DOS ASSASSINOS!. A política tornou-se um negócio de gangsteres, os povos vão em marcha pelos céus, mas não são hosanas o que cantam, e os que estão em baixo marcham direto às linhas inimigas, às linhas do pão... (Henri Miller)

IV. O terrível dos mortos são suas expressões que ficam em nossa memória, pois então, vivem terrivelmente e já não entendemos mais nada... (Albert Cohen)

V. Não existe nenhum grande ator da história que não tenha experimentado um minuto depois de seu “grande gesto”, o assalto da solidão, a decepção, o exílio ou a sensação de absurdo... (Victor Massuh)

VI. A história é regida por leis que condicionam a covardia dos indivíduos... (André Breton)

VII. O herói romântico é “fatal” porque à medida que cresce em força e gênio cresce nele também o poder do mal... (A. Camus)

2 comentários:

  1. A ideia é propagar ao máximo as atividades "políticas" que efervescem os palcos de nossa ágora carnavalesca e dramaticamente cômica.

    Acontece que a democratização das informações já nasceu mutilada e não tão cedo se vestirá do costume que costuma não sair do papel, da caneta e da falácia.

    Democratização? Eu nem sei o que é isso... democracia se tornou uma palavra perigosa, tanto pela ferida mal-cicatrizada quanto pelo paládio da paródia; imagina se o álibi caísse?

    Talvez dizer que as pessoas também cairiam seja admitir que o estigma está nelas, que elas são o corpo e a mente que mecaniza o leviatã titânico de braços mais fortes que aquele tirânico de outrora...

    ...porque agora ele também é pai e mãe que amamenta, ao mesmo tempo que as tripas de sua prole se retorcem e que se encolhem os colhões;

    E vão cada vez mais estéreis tropeçando cada vez mais em seus próprios escolhos...

    Acho que há de se admitir essa mazela, principalmente quando a sensação de solidão significa mais do que uma questão de zelo moral; mas que signifique também o pleno uso daquilo que defendeu Max Stirner.

    ResponderExcluir
  2. Doravante, libertai, ó criatividade humana!

    ResponderExcluir