Neste final de segunda-feira mandaram-me um livreto de Mario Quintana. Como o remetente sabe o que penso a respeito da poesia em geral, deve ter feito essa gentileza apenas pelo título da obra: Da preguiça como método de trabalho. Aproveitei o clima de deserto da cidade, dei uma bisbilhotada nos textos do monsieur Quintana e simpatizei logo de cara com umas linhas que vou reproduzir aqui:
- Nasci em Alegrete, em 30 de julho de 1906. Creio que foi a principal coisa que me aconteceu.
- Nada foge mesmo a seu destino histórico, seja um Império que desaba ou uma barata esmagada.
- A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar não teria inventado a roda. Não poderia viajar pelo mundo inteiro.
- Ninguém é levado a sério com idéias originais.
- Certa vez, abalancei-me a um trabalho intitulado “Preguiça”. Constava do título e de duas belas colunas em branco, com a minha assinatura no fim. Infelizmente não foi aceito pelo supercilioso coordenador da página literária. Já viram desconfiança igual? Censurar uma página em branco é o cúmulo da censura.
Nenhum comentário:
Postar um comentário