O grupo de trabalhadores chilenos presos numa mina de cobre e de ouro a uns quinhentos metros de profundidade num deserto tem nos feito lembrar que a escravidão trabalhista ainda está vigente. Ou é normal que para “ganhar a vida” alguém tenha que se enfiar como rato num buraco dessa profundidade? E o horror desse soterramento tem mexido não apenas com a claustrofobia, mas também com a mitologia de cada um, afinal, o Tártaro, o Hades e o Inferno sempre foram representados como um lugar assim, subterrâneo, escuro, situado nas profundezas da terra, sem ar e tenebroso. Ali estariam todos os tipos de anjos caídos, todas as mulheres pecadoras, todos os arrogantes, os pobres de espírito, os libertinos, os ladrões, os ateus, todos os DAS, os comerciantes e outros pecadores terráqueos. Balelas de fanáticos! Aliás, quem é que não lembra daquela fraude de alguns “geólogos” russos que perfurando um poço na Sibéria teriam captado os gemidos e o ranger de dentes dos inquilinos do inferno?
Ezio Flavio Bazzo
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