terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CARNELEVARIUM... OU O MARCHAND DA MELANCOLIA... (2)

Enquanto espera pelo milhão de reais que seus advogados estão tentando surrupiar da universidade, sob o argumento de “acosso moral”, ela desfila toda sorridente e arreganhada numa escola de samba, com as carnes modificadas e com um vestidinho mais curto ainda que quase lhe deixa os grandes lábios a mostra.
Madona encheu o saco de tanta mesmice, de tantos berros e desapareceu. Outras duas nulidades americanas também estiveram pelo Rio nesses dias exibindo as banhas e as bundas nos morros, com a mesma desfaçatez que teriam se estivessem num safári... e com a cariocada toda atrás, transbordando cordialidades!!!
A legendária Cleópatra deve ter se arrepiado na cova com o figurante que colocaram para representá-la num dos carros alegóricos.
Apesar de ser uma das  ditas Terças-Feiras Gordas, nosso ilustríssimo governador continua atrás das grades, claro que numa prisão maior que meu apartamento. Alguns eunucos foram até lá oferecer-lhe livros de auto-ajuda, bíblias, escapulários e outros apetrechos da magia negra, mas os carcereiros os interditaram porque sabem que ele só se interessa pelas coisas legitimamente maquiavélicas. Os mais niilistas apostam que será solto logo depois da quarta-feira de cinzas, por isso este seria o momento ideal para se instalar “escutas” entre os “doutores” e entre as “instâncias”.
Para fazer um contraponto com os filhos de Caím que se esbaldam e se arrastam em farrapos pelo carnaval a fora, os padres aqui do DF inventaram o Rebanhão. O nome já diz tudo. Três ou quatro dias de retiro espiritual para que as ovelhas ávidas por eternidade tenham tempo de sonegar mais emoções e mais pensamentos ainda, bem como de fazer germinar mais e mais ilusões metafísicas dentro de si. O que, convenhamos, não deixa de ser, também, como o carnaval, uma tentativa malsucedida de regressão a um “estado orgíaco”.

http://www.youtube.com/watch?v=DLbJde-ftOw&feature=related

Um comentário:

  1. "...num tempo página infeliz da nossa história,
    Passagem desbotada na memória
    Das nossas novas gerações
    Dormia a nossa pátria mãe tão distraída
    Sem perceber que era subtraída
    Em tenebrosas transações
    Seus filhos erravam cegos pelos continentes,
    Levavam pedras feito penitentes
    Erguendo estranhas catedrais
    E um dia, afinal, tinham direito a uma alegria fugaz
    Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval,
    O carnaval, o carnaval..."

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