Se o primeiro carnaval no Brasil (1641) já foi uma homenagem reacionária ao Rei Dom João IV e ao catolicismo, o deste ano está sendo dedicado ao detento governador Arruda. Transformadas em instituições burocráticas, inclusive com subsídios de governos, deputados jacobinos, igrejas e do Estado, as troupes carnavalescas estão bem mais para circo e catequese de que para as anárquicas orgias gregas ou para as descaradas saturnais romanas. E o Ministério da Saúde que fica se papagueando de “doar” milhões de “camisinhas” para os “foliões”, deveria saber que se não distribuir também Viagra, aquela borracha vagabunda e mal cheirosa ficará sem uso. Se nas festas do passado Baco era referendado como o Deus do vinho, hoje, temos que admitir, é às multinacionais do Viagra e do silicone que nos rendemos! Alguns ainda sentem melancolia e saudades daquela idiotice portuguesa chamada estrudo, onde, sob os olhares perversos dos monarcas os foliões saltitavam e atiravam-se jacas e até merda uns nos outros. Era o carnaval lusitano. E foram-se também os momos, o lança-perfume, as serpentinas, os confetes, os pierrôs, as colombinas de antigamente... De um lado da W3 a turba fantasiada que cantarola e que tenta reinventar e se enganar com o Principio do Prazer, no outro lado, a Tropa de Choque armada até os dentes e robotizada lembrando aos mais eufóricos que o que vale mesmo é apenas o Principio da Realidade. Carnelevarium. Era assim que os padres, com seu latim enrustido e nauseabundo denominavam os dias que antecediam a sinistra QUARESMA e o SÁBADO NEGRO DE ALELUIA! Quarenta dias sem comer carne! Sarava!!!
http://www.youtube.com/watch?v=Yw5L5exltgU&feature=related
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