Meu correspondente em Paris, depois de escrever meia página sobre as jaquetas bordadas das equipes brasileiras que aportaram por lá, dizia que um forasteiro importante havia sido roubado e que a policia do Macron estava a cata do vivaldino (do ladrão).
Dizia: é importante alertar essa gente, que Paris não é só o Lido com suas antigas bailarinas de can-can e nem o Moulin Rouge dos tempos do Toulouse Lautrec... E que há mais de um século foi publicado por aqui, um livro anônimo com o sugestivo titulo: A arte de roubar. Praticamente todos os milionários moradores das margens do Sena, (tanto da margem esquerda ou da direita), nativos ou de fora, se beneficiaram dessa arte. De outra maneira, como é que poderiam ter conseguido? A vantagem daqui, e isso se deve a tal livro, é que raramente esfaqueiam e degolam as vítimas (como aí). Aqui, os otários, que chegam ainda excitados pelos contos da Gisele, a espiã nua que abalou Paris, e pelo mito de que a cidade é uma espécie de Olimpo, são presas fáceis. Dizem que o otário de hoje levava numa bolsinha tipo aquelas usadas pelos bicheiros cariocas, um Rolex, um pacote de euros, um colar de diamantes e até um escapulário ainda com a etiqueta do Vaticano... E que tudo foi roubado. Mas na boa! Sem estresse e sem perder a ternura. Até agora não se tem ideia se foi um homem, uma mulher, na rua, no elevador ou no taxi dirigido por um ladrão que se fazia passar por ex professor na Sorbone... Para ser mais preciso: foi um furto! Mas nada que tenha estragado a festa de abertura... que foi estupenda (para compensar a derrota nas urnas...).
Meu correspondente explicava: Por estarem hospedados em hotéis cinco estrelas, esses novos ricos (dos trópicos, da Africa ou da Ásia) acreditam que está tudo sob controle! Nem imaginam que as camareiras, mesmo falando 4 idiomas e mentindo que fizeram bacharelato em letras, têm filhos e sobrinhos desempregados, que precisam trocar os pneus das motos e pagar o hachiche que lhes chega de Tanger... Essas senhoras, que conhecem de longe, só pelo andar, quem é político e quem é jogador de futebol, além de bisbilhotar suas malas, examinam os bolsos dos paletós onde sempre são esquecidos anéis e notas de cem euros, também fotografam as carteiras, os cartões de crédito, os objetos acima de cinco mil dólares e remetem essas informações para seus 'agregados'. Muitas, inclusive, têm vínculos fortes com a polícia de inteligência, sabem o roteiro e as horas de cada um dos hóspedes e, quando for necessário (de interesse policial), até lhes agenciam profissionais de outro setor, lolitas espias (além dos sobrinhos, também tem sobrinhas desempregadas que fazem free lancer nos cafés da champs elysses), para programas rápidos, improvisados e relâmpagos, que às vezes (dependendo do perfil do cliente), nem são cobrados. Etc, etc, etc...
Colocou um ponto final depois de voltar a fazer elogios à festa de abertura dos Jogos Olímpicos, principalmente a um cavalo prateado que corria hipnoticamente por sobre as águas do Sena... A arraia-miúda, do planeta inteiro, diz estar 'encantada'... (e sente que nunca amou tanto este braço do império...)
Sei que é difícil acreditar em tudo o que ele diz a respeito das camareiras, mas como tem uma tia que é concierge num dos maiores hotéis de lá... deve saber do que está falando...
https://www.correiobraziliense.com.br/esportes/2024/07/6907373-abertura-de-paris-2024-devolve-olimpiadas-ao-povo-apos-tres-anos.html
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