segunda-feira, 10 de junho de 2024

3,25% e só no ano vindouro! Enquanto isso, as Universidades, com suas bibliotecas, seus sonhadores e seus microscópios, vão apodrecendo...



"É perigoso alguém se deixar persuadir de que, pelo simples fato de ser humano, não tem o direito de ser infeliz..."
Frédéric Schiffter
(IN: Sobre o bláblábá e o mas-mas dos filósofos)







E as universidades, com seus sonhadores, suas bibliotecas e laboratórios continuam fechadas e apodrecendo sob os chuviscos e as manhãs ensolaradas do último abril e maio, enquanto os burocratas, os políticos, reitores, os docentes, os funcionários e sindicatos, se reunem quase diariamente, há uns 60 dias, em pleno onanismo, para trocar gentilezas, bombons, dizer bobagens uns para os outros e para fingir que uma nação de ignorantes é um horror e que a educação é tudo no planeta. Mas não se resolve nada! Parole, parole, parole!!! E tudo acaba em frases de efeito, naquela preguiça contemplativa que falava Balzac, em restaurantes, em coçadelas na barriga, no saco e nas nádegas, e em bocejos... E enquanto palitam os dentes, marcam nova reunião para a semana que vem. Alguém promete bucolicamente levar um bolo de cenouras com fragmentos de chocolate...

E o governo, cada dia mais vaselina, com executivos semi alfabetizados por todos os lados, com 'dragões de porcelana' faturando mensalmente mais de 5 mil dólares, insiste nas migalhas dos maestros, tentando cooptar os escravos da academia e mantê-los à mingua. Ora! Como ministrar uma aula em jejum? Quem é que vivendo na penúria, e até com os culhões penhorados, atormentado pelos dramas. domésticos, sociais e até de alcova, tem condições de dar uma aula decente, diferente dos papos de boteco?

Haveria, inconscientemente, por parte de burocratas e de políticos que nunca passaram por um Campus Universitário, um ressentimento e um ódio contra as universidades, contra o blábláblá dos sociólogos e dos filósofos e contra o saber?

Enfim, um assunto que nem deveria estar em pauta, e que poderia ter sido resolvido em meia hora, se arrasta por dois meses, jogando o 'suposto saber' dos maestros e dos funcionários no lixo e empurrando a manada de estudantes (mais ainda) para o fundo do abismo e da ignorância...  deixando evidente que todo esse jogo de phoder não passa de um arremedo de poesia pastoral e de uma fábula desprezível...

Na esquina, o Mendigo K, cheio de entusiasmo, me abordou para exclamar: Viva todas as paralisações do mundo! Moi, je suis en grève pour toujours !


 











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