domingo, 30 de junho de 2024

E... Paris se rende à família LE PEN... La vi en rose...











Neste domingo de eleições, meu correspondente em Paris, às 6:00 da manhã, já estava se infiltrando pela ruelas de Saint Michel registrando o movimento das urnas e,  - segundo ele - a vitória inevitável da família Le Pen.  La droit! A verdadeira essência da França. Muitos velhinhos da velha e romântica esquerda, magrinhos e histriônicos, uns até com broches da era staliniana pregados nos blusões, se deslocam emocionados de Belleville a Montmartre com o Titulo eleitoral no bolso, fumando e interpelando até as domésticas sul americanas ou portuguesas que levam os cachorros das madames a passear: Vive La France! Vive la Republique! Vive la Liberté! Cada vez mais apressados, como se estivessem indo para algum lugar, sobem para às margens do Sena onde os bouquinistas, mastigando seus charutos, já abrem seus baús e arranjam as prateleiras. Expõem suas obras raras e esperam por grandes vendas. Não tanto por amor à arte, à literatura e à cultura, mas por l'argent... Livros da famosa Revolução de 1789, Marx, Lênin e Robespierre. Imagens da Bastille, um jornal da época com uma guilhotina instalada na Praça da Concórdia, na primeira capa, exibe a cabeça (de 37 anos) de Maria Antonieta jogada num cesto! Os sinos de Notre Dame badalam... Todo mundo se lembra do corcunda que vivia lá, no meio daquelas gárgulas demoníacas... Ah Victor Hugo! O deputado Victor Hugo! Logo ao lado, o Rio Sena (higienizado para as olimpíadas), já com um bateau mouche repleto de patetas do terceiro mundo! Vive la France! Do outro lado da rua o cheiro do café das arábias e da Colombia, com os punks e os clochards de sempre cheirando a beauojolais e se movimentando em busca de sobras. Faz frio! O fumacinha do falafel saindo de uma birosca judia. Judía ou marroquina? O proletariado sobe apressado as escadarias do metrô e vai dando vida à cidade. Trabalhar! Ganhar a vida! Mil vezes em Paris como escravos do que lá na colônias como classe média! Dos janelões de um apartamento de 400 metros quadrados da margem direita, se ouve sair desde as choradeiras melancólicas de Edit Piaf até as do horror delirante da Marselhesa. Ah!  O tabernáculo das urnas! Os jacobinos! Ah! A art nouveau! O Museu de cera! Madame Thousand! As balzaquianas do Bois de Boulogne! Proust, e o tempo perdido! A cidade vai tomando ares de festa. Quatro adolescentes vestidas de preto, duas alemãs e duas nativas, vão fumando ao Pere lachaise levar flores à tumba de Jim Morrinson... E lá no Museu d'Orsay, a estupenda pintura A ORIGEM DO MUNDO, de Courbet... Os franceses adoram uma mise-en-scène cult/revolucionária (principalmente agora, que estão sendo pisoteados pelo norte-americanos) e detestam quem os faz lembrar de que só tomaram a Bastille quando nela havia apenas 14 presos... Meu correspondente, afastado dali, pede mais um café com 4 madeleines (naquele formato de concha) no Les Deux Magotos, local onde Sartre, Simone e outros mitos costumavam exibir-se para a plebe operária. É Paris! Ganhe a direita ou ganhe a esquerda (que direita e que esquerda?) Paris será a mesma! Ah! a trilogia demagógica da fraternité, egalité liberté...  La vi en rose... E os mandarins também... E a festa continuará... O resto é folclore para tornar a vida e o circo, um pouco mais suportáveis... (ou um pouco menos insuportável!)







sábado, 29 de junho de 2024

A Via Dolorosa e o fim melancólico do Biden! Mas, cuidado! É importante que o carvão não faça troça das cinzas...




"O carvão se ri da cinza, sem saber que lhe espera a mesma sorte..."

Provérbio Masai


Os fofoqueiros de turno só falam na melancólica performance do Biden durante o debate com seu 'adversário' político, o velho Trump.

Está senil, demente, gagá! Lhe faltou uma atriz pornô, uma Stormy Daniels... 

Alguns aproveitam para insinuar que dizer atriz pornô é pleonasmo. E mesmo os que já saem por aí cumprimentando postes e tropeçando nas sombras, parecem sentir prazer em focar suas ironias à demência e naquela coreografia de robot, do pobre Biden. Atenção: pode ser o carvão ironizando as cinzas! E insistem em mencionar o 'dinheiro indevido' com que o Trump pagou a Stormy? - Mas dizer dinheiro indevido também não lhes parece um pleonasmo?

Enfim, é o carvão fazendo troça das cinzas...

E o tal alzheimer, visto filosoficamente, pode até ser considerado um recurso através do qual os velhos, durante a cerimônia do adeus, se livram das intrigas, dos fracassos, das babaquices, do blá blá blá, das repetições fúteis e vis da existência. Um truque neurológico para que o sujeito  não faça contacto direto com a Causa das causas, e com isso, poupar o sujeito das últimas e mais terríveis canalhices e encenações... (Una espécie de terapêutica del olvido!). Além do que, ter tido 100 mil dólares para pagar uns instantes com uma Stormy Daniels, deve dar mais sensibilidade às sinapses, bem como maior rigor, funcionalidade e longevidade aos neurônios... 

Não há duvidas de que o Biden é carta fora do baralho, baralho do qual Trump é o Coringa...  Novamente no poder, Trump será uma espécie de bálsamo para todas as meretrizes, tanto do império como das colônias..., principalmente para àquelas que, além da alcova, militam paralelamente e com o mesmo ardor, nas Câmaras do elogio mútuo, bem como na coordenação dos fluxos diários da verborréia judiciária/parlamentar aí pelos subterrâneos do Mercado Financeiro e das Repúblicas...

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Em tempo: 

No exato momento em que coloco um ponto final nas especulações sobre Biden, o sino da igreja que fica a uns 500 metros de minha casa, começou a bater. Parece que foi instalado durante a pandemia. É um sino vagabundo, mais parecido a um daqueles que os vaqueiros goianos amarram ao pescoço das vacas mais rebeldes, para controlar seus passos. E tem alguém que o toca rigorosamente, todos os dias, às seis da tarde, ou quando há alguma solenidade por lá e, também, extraordinariamente, aos sábados, como agora. Ridículo! Se pelo menos fosse um sino de verdade, daqueles de bronze, como o da Vila Coruche, em Portugal... Já estou preparando um ofício para enviar, simultaneamente ao pároco dessa capela, ao papa argentino, e ao Conselheiro Acácio, solicitando providencias. Que se erga ali um sino de verdade se não se quer que com essas badaladas semi-brochas, o rebanho e os desventurados se dispersem para sempre...


 




sexta-feira, 28 de junho de 2024

Eça de Queiróz e a superioridade de Buda sobre Jesus...

 


JESUS - Foi um proletário, um mendigo sem vinha ou leira, sem amor nenhum terrestre, que errava pelos campos da Galileia, aconselhando aos homens a que abandonassem como ele os seus lares e bens, descessem à solidão e à mendicidade, para penetrarem um dia num reino venturoso, abstrato, que está nos Céus. Nada sacrificava em si e instigava os outros ao sacrifício - chamando todas as grandezas ao nível da sua humildade.

BUDA - Pelo contrário, era um príncipe, e como eles costumavam ser na Ásia, de ilimitado poder, de ilimitada riqueza: casara por um imenso amor, e daí lhe viera um filho, em quem esse amor mais se sublimara: - e este príncipe, este esposo, este pai, um dia, por dedicação aos homens, deixa o seu palácio, o seu reino, a esposada do seu coração, o filhinho adormecido no berço de nácar, e, sob a rude esta estamenha de um mendicante, vai através;es do mundo esmolando e pregando a renúncia aos deleites, o aniquilamento de todo o desejo, o ilimitado amor pelos seres, o incessante aperfeiçoamento na caridade, o desdém forte do ascetismo que se tortura, a cultura perene da misericórdia que resgata, e a confiança na morte.

Jesus diz: "Eu sou filho de Deus, e insto com cada um de vós, homens mortais, em que pratiquei o bem durante os poucos anos que passais na Terra, para que eu depois, em prêmio, vos dê a cada um, individualmente, uma existência superior, infinita em anos e infinita em delícias, num palácio que está para além das nuvens e que é de meu Pai".

Buda, este diz simplesmente: "Eu sou um pobre frade mendicante, e peça-vos que sejais mais bons durante a vida, porque de vós, em recompensa, nascerão outros melhores, e desses outros ainda mais perfeitos, e assim, pela prática crescente da virtude em cada geração, se estabelecerá pouco a pouco na Terra a virtude universal!"

A justiça do justo, portanto, segundo Jesus, só aproveita egoisticamente ao justo. A a justiça do justo, segundo Buda, aproveita ao ser que o substituir na existência, e depois ao outro que desse nascer, sempre durante a passagem na Terra, para lucro eterno da Terra.

Jesus cria uma aristocracia de santos, que arrebata para o Céu onde ele é Rei, e que constituem a corte do Céu para deleite da sua divindade - e não vem dela proveito direto para o mundo que continua a sofrer da sua porção de mal, sempre indiminuída.

O Buda, este cria, pela soma das virtudes individuais, santamente acumuladas, uma humanidade que em cada ciclo nasce progressivamente melhor, que por fim se torna perfeita, e que se estende a toda a Terra donde o mal desaparece, e onde o Buda é sempre, à beira do caminho rude, o frade mendicante...






quinta-feira, 27 de junho de 2024

EU NÃO SOU TOLERANTE! SOU DEFENSOR DA FORMA MAIS BRUTAL DE INTOLERÂNCIA!!! Outra fala imperdível do Breno Altman...










LA PAZ: Ensaio para LA GUERRA. Mas é só pantomima. É o clássico rodízio nas tetas da república, previsto por Platão e garantido pelas Constituições...






O zigue-zague circense e tribal latino americano encena mais um ato. La Paz quase vira La Guerra! Mas é sempre quase. Todo mundo é parente. A  fantasia da Direita e da Esquerda é só uma fantasia! Lá, como aqui, está tudo dominado! Não se sacrifica uma lhama sem autorização do papado! Quem está hoje de um lado já esteve do outro e vice versa. É a filosofia do maiz e das tortilhas. São ainda resquícios do veneno inoculado no coração dos aymaras e dos quechuas pelos larápios e padres espanhóis. E depois, para entender essa pantomima, é importante lembrar da cocaína, das minas de prata, da pele das lhamas, das reservas de lítio; do Lago de Titicaca e do Grande irmão do Norte... e que o rodízio nos palacetes faz parte dos protocolos, que é uma espécie de placebo e que não pode ser interrompido. Ah! E quem não se lembra do Trem da morte? Daquela centopéia se arrastando de Puerto Suarez à Santa Cruz de la Sierra, abarrotada de adolescentes vagabundos, maconheiros e místico-delirantes que estavam em busca do Santo Graal? Hoje, estão todos por ai, jubilados, mais ou menos senis, todos enrrabados pelo sistema, brandindo numa mão a bíblia e na outra a constituição, preocupados apenas com o Dia do Juízo Final... e, claro, ainda na expectativa do Santo Graal... Sim, sim, mas e o Status Quo
E o vocábulo democracia é inevitável na verborragia tropical dessa gente. Uma chola de Cochabamba vivendo num daqueles condomínios tipo colméias, que viu seus dois maridos apodrecerem no interior das minas e seus filhos morrerem à mingua, resmungava: democracia el carajo! E os farsantes empodeirados da América Latina, (aninhados no Estado, na redação dos jornais, na reitoria das universidades, na bolsa de valores e até no gerenciamento dos puteiros) fingem espantar-se, erguem a voz, compram dólares preventivamente, pagam manchetes nos jornais contra a pantomima dos generais de lá. Até a OEA, (lembram da OEA?), com seus lacaios esquecidos da Faixa de Gaza e das valas comuns, "condena de forma enérgica o movimento dos tanques". Fingem esquecer que Netanyahu, recentemente, mandou a ONU enfiar suas resoluções no cu e seguiu mandando bombas made in USA, sobre as crianças palestinas... É ou não é um circo? 
Na essência, trata-se de uma elitezinha mambembe que teme ter o mesmo destino e voltar à penúria. Ah! O sacrossanto Status Quo! Manter tudo como está! E não por devoção, mas por uma inércia doentia... Do contrário, como é que ficariam as contas bancárias; os lingotes de ouro; os filhos estudando na Suíça; os trajes estilo Principe de Gales mandados fazer na Savile Row, de Londres; as matronas indo anualmente pedir bençãos ao Papa argentino e as cholitas preferidas desfilando por champs elisees? Ah! o charme dos países tropicais! E as bolsas recheadas de Cartões Corporativos de Crédito! Que desfaçatez!!!
Que pena não estar por lá para fotografar aquelas pobres marionetes nas janelinhas rococós dos palácios ou com seus fuzis e seu suposto patriotismo sobre aqueles tanques sucateados.., tendo ao fundo o deserto (ah! o deserto!), la soledad de los desiertos, de los picos nevados das sacrossantas e indiferentes montanhas... por donde pasa el condor...
A velhinha chola, com seu chapéu caído para a testa, a barra da saia cheirando a urina e sua bolsinha (como um tabernáculo) repleta de folhas de coca, olhando para aquele espetáculo mal embaralhado e saturado de sonhos, voltava a resmungar: "nem os bordados de uma só túnica, nem os relevos de um só vaso nos serão perdoados..."






 



terça-feira, 25 de junho de 2024

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Várias... 1.


1. Se você é daqueles que engrossa o coro dessas donas de casa que não param de encher o saco com o preço das batatas e do feijão.., tente ir comprar um jogo de cordas para seu violino: A mais 'barata', 388 reais. O vendedor, o clássico escravo contemporâneo, tenta justificar: é que esta é fabricada na Austria! E esta aqui, então, importada da Alemanha, que custa 1000 reais!? Por fim, me oferece a nacional, por 48 reais, mas previne: é como passar o arco numa cerca de arame farpado... Duvido que alguém consiga tocar Albinoni nelas... O Mendigo K que folheava uma partitura japonesa por lá se intrometeu na conversa para perguntar: mas e a tal indústria nacional, com todos os subsídios que recebe e com a choradeira perpétua de sempre, como é que não consegue produzir umas míseras e decentes cordas de violino? Ao que o vendedor respondeu: Ora!, não consegue nem produzir aspirinas e repelente de mosquitos...

2. No Rio de Janeiro, precisamente numa rua de Duque de Caxias, os buracos do asfalto estão sendo tapados com pedaços de lápides nas quais, até aparecem fragmentos dos nomes dos defuntos e das datas em que eles chegaram e partiram deste hospício... (o simbolismo da ação, além de fantástico é sobrenatural!). De onde estaria saindo aquela matéria prima? Por enquanto todo mundo finge não saber... ninguém sabe e ninguém viu nada. Claro, só a clandestinidade lapidária nos une! Seria, finalmente, o princípio do desejável fim dos cemitérios? Estaria nascendo um novo condomínio por lá? Os cineastas de Ipanema e do Leblon (mesmo os exaustos, os que ainda não conseguiram jubilar-se e que hibernam em grupo sob a solidão dos caramanchões de orquídeas) já estão pensando em, numa sessão espírita, convidar o Zé do Caixão para outro Curta metragem... filme que, em homenagem a Eça de Queiroz, levaria o título: Austeridade da nódoa. Enquanto isso, dos morros e do mar ao redor, só se ouve o matracar dos fuzis e os gritos do sujeito que, no meio de balzaquianas de Ipanema e de gringos deslumbrados, com os pés enfiados nas areias, vende refrescos feitos artesanalmente' nos fundos de casa e sem o consentimento da ANVISA: Olha o chá!!! Olha o mate gelado!!! Look at iced tea! E a miséria não tem fim...



3. E Brasília.., agora, além de tudo o que vocês já sabem dela, passou a ter, aos domingos, também um bando de idiotas que das dez da manhã até o fim da tarde, resolveram tocar tambores. Simplesmente bater aqueles pedaços de madeira ou as próprias mãos no couro dos tambores. E são muitos, e não param... Fui ver aquele horror de perto e tive que conter-me... O Mendigo K, que também assistia, apontou-me uma moça que estava entre aquele bando e murmurou-me: veja como, apesar de tudo,  Elle a la bêtisse mélancolique d'un ange!!! Inacreditável! Essa barulheira depõe até contra a inteligência nacional! O que esses idiotas teriam na cabeça? Ou serão surdos? E a barulheira é tão insuportável que os velhinhos mais neurastênicos (sim, eu sei, dizer velhinhos neurastênicos é um pleonasmo), que precisam fazer la siesta depois da feijoada, precisam fechar as persianas e até janelas... se quiserem tirar uma soneca. (Sim, eles sabem que um belo dia dormirão para sempre e que, como dizia Borges, a morte, além de ser o sono mais profundo de todos, não oferece nenhum risco de pesadelos...)


quinta-feira, 20 de junho de 2024

O inacreditável, eterno, patético, metafísico e ridículo retorno à maconha... Diferença entre a policia alemã e nossos ilustres deputados...


"Ai de mim! É doloroso, mas cumpre confessá-lo: depois de exercer por certo tempo este nosso ofício, as palavras chegam a nos dar nojo..." (P)


Lá:




Aqui:


EM TEMPO: - E para que vejam como a erva, entre nós, ainda é tratada como um tema religioso e metafísico, um dos ministros do STF, que está julgando e decidindo se fumar é pecado mortal ou venial, relatou que horas antes, havia recebido um telefonema da CNBB, no qual um bispo, por puro amor ao rebanho, procurava interferir na decisão suprema dos 11 apóstolos... Acredite: está tudo dramática e perigosamente dominado!


 










quarta-feira, 19 de junho de 2024

Entre estupros, abortos, idiotices e tiroteios... nascer é quase, como dizia Roberto Arlt, fazer parte de um pacto monstruoso...



 Sim, e também é importante perguntar-se, como fez o camarada Lula, ontem: 

“ E quem é que sabe que tipo de monstro vai sair do ventre dessa menina?"





E essa COMISSÃO, é bom entender, provavelmente será formada por meia dúzia de pastores, meia dúzia de bispos, dois ou três rabinos, um padre ortodoxo e mais meia dúzia de outros estelionatários respaldados por um deus fictício e por alvarás, igualmente falsificados...

Enquanto isso, lá na Capitania do Maranhão:













LA VITA É PROPRIO BELLA!! Enquanto isso, lá em Paris, o camarada Chico Buarque, deixa seu acampamento às margens do Sena, ali na Rive Gauche e, ao lado de outro milionário, vai a uma manifestação contra a extrema direita, com boné e tudo, agarrado a uma bandeira do MST... Portanto: pobres, proletários e fodidos de todo mundo, se quiserem poder um dia, como ele, viver num palacete em Paris e com uma Lolita nos braços, UNI-VOS... A propósito, lembrem-se daquela personagem de Henry Miller que sugeria a um forasteiro: "volte a teu pais, ganhe um milhão de dólares e venha viver aqui. Com um milhão de dólares em Paris, terás mulheres estupendas para ler poesia e chupar teu pau..." E, como bradava Trotsky: Viva la revolución permanente!!!







 







O ASNO... Prova irrefutável de que o homem anda em posição vertical...




" Prova irrefutável 
de que o homem anda em posição vertical..."

Roberto Lagot
 











terça-feira, 18 de junho de 2024

Sobre a greve nas universidades, os salários e a escravidão contemporânea...








Em outras palavras: Depois de dois meses de lero-leros, o Governo mandou os professores, os grevistas e a universidade inteira tomarem no cu e que (os que ainda não estiverem em fase terminal) façam um esforço (com jejuns, chá de Capin Santo e orações) para estarem vivos até 2025/2026, quando, se os lobbies e os negócios forem bem, lhes será dado um reajuste de 9%, mas atenção: em parcelas... (E depois, ainda se pavoneiam de fazer parte do G7!!! e não param de cacarejar, com Monteiro Lobato, de que um país se faz com homens e livros!!!)

Enfim, levantei cedo, nesta terça-feira, para ver se havia sinais de depredação e de fumaça lá pelos lados da universidade. Mas não. O silêncio ainda era de um funeral, as escadas que iam do nada para o nada ainda estavam lá e tanto a solidão como o sucateamento ainda permaneciam intactos... Numa das paredes da faculdade de letras alguém grafitou a frase: "Je préfère un concierge qui se pend à un poète vivant".  Um pouco mais abaixo, na mesma parede, como se fosse uma espécie de réplica, alguém rabiscou: "nous ne sommes plus dans le désenchantement, dans la désillusion.., mais dans le désespoir..." No outro lado do estacionamento vazio, em frente a um Banco ainda fechado, na faculdade de artes, havia outro slogan, bem junto à porta de entrada: "O homem é irremediavelmente só e deus se revela cada vez mais como um abismo de estupidez..."  Uma das filhas  do Mendigo K, que é terceirizada e que trabalha lá, na limpeza, como escrava, colocando a vassoura sobre meus sapatos, resmungou um aforismo de  Michel Contat: Os jovens não têm nada a dizer e os velhos se repetem... o tédio é o mesmo...

Coincidentemente, hoje é dia 18, dia em que segundo o astrólogo indiano Kushal Kumar, teria início a Terceira Guerra Mundial... Os alunos, mais melancólicos e deprimidos que o próprio 'corpo docente', começavam a voltar, numa frouxidão sem fim, e apenas um professorzinho, atravessava os jardins efêmeros com passinhos curtos e rápidos, em direção a sua antiga sala de aula, com as respectivas vidraças quebradas, levando sob o braço, como faz há vinte e dois anos, seu único e precioso material pedagógico: a tese NOTÁVEL, sobre patafísica, defendida por ele COM MÉRITO, em 1967, numa das falidas e extintas universidades da velha e caduca União Europeia... (agora, completamente dominada pela extrema direita!). E la nave vá...

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Em tempo: 

Ouço da sala ao lado, uma de minhas cinco assistentes ao telefone, respondendo ao redator/chefe de um jornaleco estrangeiro que pretende mandar uma estagiária entrevistar-me para saber o que penso a respeito das universidades, sobre literatura (?), sobre os cupinzeiros do cerrado, e sobre a PL dos estupradores, etc, etc... Ela, bem adestrada, lhe diz: se for uma estagiária, nem adianta mandar! Estagiárias, meu chefe só recebia quando tinha vinte anos. Agora, quando as atende, o faz em sua casa e depois das 11 da noite, com duas garrafas de vinho verde, de preferência, contrabandeado do Chile...











segunda-feira, 17 de junho de 2024

ABORTO/TEATRO DO ABSURDO - A performance de um feto no Senado... E, pior, durante o expediente...


"... Um tolo se esfalfava em amestrar um burro. Disse-lhe um sábio:  - por que te cansas? Não temes que zombem de ti? Tu não ensinarás esse burro a falar; ele, porém, te ensinará a calar..."
Saâdi



O Mendigo K que estava hoje à tarde lá na sessão do Senado e assistiu aquele horror, dizia a outro mendigo: Enquanto aquela mulher/atriz (toda vestida de couro bovino) representava um feto, na barriga da mãe e na eminência de ser abortado, tive a nítida certeza de que fraude lírica, patética e absurda maior na história, só aconteceu lá em Roma, quando o senador Calígula, nomeou cônsul a seu cavalo... 
Depois que cessaram as gargalhadas dos ouvintes, ele agregou: 
E a turma de engravatados que assistia, quase em lágrimas, aquele horror, me parecia gente que se Hitler tivesse ganhado a guerra, teria se vangloriado dos méritos dos campos de concentração...
Um dos mendigos presente bradou, com visível asco:
Sim.., mas e quando é que a medicina, enfim (ela que no passado já fez o papel de policia), principalmente a psiquiatria, entrará em cena?



 








Assim falou Breno Altman...




domingo, 16 de junho de 2024

Os ipês no fim do outono... E a cerimônia do adeus...

 




























O astrólogo indiano, Kushal Kumar, garante que a Terceira Guerra Mundial começará na Terça-Feira, depois de amanhã, dia 18... Caralho! E você aí, preocupado porque não consegue passar o fio dental entre os molares...



"A guerra? O resultado de uma otite purulenta e incurável..."
Paul Bourget


A chegada de navios e submarinos russos, americanos e canadenses ali nas costas de Cuba, têm turbinado as fantasias apocalípticas, não apenas dos astrólogos, como esse tal Kushal Kumar (hermenêuta dos Vedas), mas também de outros de menor alcance. Gente que está sempre com torcicolo de tanto observar o 'alinhamento dos astros', a coloração das estrelas e a turbulência das galáxias... Segundo  o vidente Kushar,  o gatilho está pronto para ser puxado e será o fim da vida na terra. Caralho! Mas logo agora, que troquei os pneus de minha bicicleta??? E que deu problemas no diafragma de minha Canon???

Muita gente que tem quase 643 reais aplicados na poupança ou em Renda Fixa, está apreensiva...

E os padres, nas igrejas, quebram a monotonia e a inocência fatal dos beatos insistindo na diabolização do mundo e, levantando os braços para a direção dos telhados garantem que tudo, menos o paraíso e as graças de deus, é provisório... Já, os psicanalistas, com seus punhos rendados, explicam a presença dos submarinos atômicos e dos navios de guerra ali na Baía de Guantánamo (Cuba) como uma simples exibição e uma competição fálica entre os gerontocratas planetários (isto é: estão comparando o tamanho dos bagos e do pau entre eles) e, esses mesmos psicanalistas, querendo excitar a neurastenia de seus clientes, e dar vitalidade à cara 'arte da plenitude', indagam para um Outro imaginário, com aquela voz de 'suposto saber', treinada no percurso de vinte anos: quando, afinal, chegarão os submarinos e os mísseis supersônicos do  Xi Jimping? (sem deixar de, perversamente, comparar as armas do chinês com as de um líder africano qualquer...)...

Sim, é o teatro monárquico da guerra! Se ainda não nos acostumamos a ele, é por pura teimosia. São 6 mil anos de infâmias, de escaramuças, de massacres, de fossas comuns e de dândys fardados... depois engravatados e depois novamente fardados... e do lero-lero da paz, pelo menos provisória. Num universo metafórico...

O Mendigo K, ouvindo as discussões sobre o assunto, detalhou sua magna fantasia: Os submarinos americanos e canadenses de um lado e os russos e chineses de outros, frente a frente, sobre as águas românticas e agitadas da Baía de Guantánamo... Cada um com suas potentes armas apontadas para os outros e com seus líderes no topo das respectivas embarcações, agitando suas armas e bandeiras. Gatilhos preparados. De repente, das grades da prisão de Guantánamo, o grito em coro dos prisioneiros: FOGO! E todos os gatilhos são acionados ao mesmo tempo... Quando a fumaça baixou, pôde-se ver que não havia mais nada! Que tudo havia submergido, que a Baía estava perfeitamente limpa... e que lá dos prédios antigos e em ruínas do Malecom, emergia uma das idílicas e quase religiosas músicas pós-revolucionária:


Sim, as previsões do vidente indiano terão que ficar valendo apenas para os beócios de Panchkula, onde vive, e  para daqui a outros mil anos... Então, com a terra, já com outros monarcas e com outras infâmias... Tempo suficiente para voltar a ler e a reler, às margens do Ganges, as façanhas e aventuras infantis contidas nos Vedas e nos Upanishads...










quinta-feira, 13 de junho de 2024

Enquanto isso... lá em Lisboa...

 















O DIA DOS NAMORADOS, o câncer publicitário e o retardamento mental...




O AMOR?, como dizia Weber: um acesso de febre que, em vez de começar com frio e terminar com calor, segue o processo inverso. Ou então, como pensava Schücking: É um cego que, no entanto, sempre enxergou em todos os tempos, onde havia mais dinheiro..."



Ontem foi um dia propício para reafirmar o grau de infantilidade e de retardamento mental a que o rebanho está submetido. Apenas os comerciantes, com sua simpatia de hienas, moviam-se agitados diante de seus negócios, lembrando passagens clássicas da profissão mais antiga do mundo... Dia dos namorados!!! Cada casalzinho de babacas que passava, era uma expectativa de rapina. Por todos os lados sinais do câncer publicitário... Cartazes idealizando e propagando o amor. A vida é Amor! O amor é tudo! Um presentinho qualquer para sua amada, (ou para seu amado), para conservar o amor infinito! Compre um presente de até 600 reais para seu amor e ganhe do shopping, uma rifa. Participe do sorteio de uma Rampage. Não deixe que o amor, como dizem os ateus, seja como papel higiênico que diminui a cada cagada.

E se você esteve de rádio ligado (em qualquer estação), então pôde ouvir todo esse horror bestial e idealizado ser transmitido por mocinhas subalternas e por 'repórteres retardados.' durante o dia inteiro. E o romantismo das  músicas! Ah! se você quer entender o rebaixamento político e mental no país, preste atenção na letra das músicas... Eis aí um dos instrumentos mais eficientes e sutis para a imbecilizarão do rebanho.

E nas ruas,  nas confeitarias e nos motéis, casalzinhos ingênuos, como disse o Papa, na maior bichice, se lambendo os bigodes, os umbigos e os brincos, simulando um afeto inapropriado, superficial e um tesão que não há e, claro, forjando o esquecimento de todo o ódio e neurose dos outros 364 dias do ano. E o mais bizarro, é que até casais de velhinhos com uns 50 anos de ódio em suas fichas corridas, saíram por aí fazendo esse teatro! Um horror! Sim, psicologicamente é um desastre. Que se permita que os comerciantes (a maioria troglodita), prossigam (por puro interesse comercial) mantendo o rebanho nessa ficção e nesse infantilismo doentio é um horror. Um entrave para se chegar a um estágio adulto, saudável e revolucionário... Desse jeito, o amor realmente continuará sendo essa hebefrênia e essa bobagem e, como disse o Mendigo K: como o papel higiênico: que vai diminuindo a cada cagada...


 

 










quarta-feira, 12 de junho de 2024

AR DE BICHICE NO VATICANO... E o Papa argentino volta a tirar sarro da comunidade gay...




"Ouvindo o rufar dos tambores que se afastam, tem-se por um instante a impressão de que o batalhão saiu do mundo..."
Ramón Gómes de la Serna



Correio Braziliense