domingo, 12 de março de 2023

O Papa, a carta de alforria aos celibatários... e nosso papel compulsório de querubins...



O que é um celibatário?

Resposta: Aquele que perdeu o ensejo de tornar infeliz a uma mulher...

(Garland Pollard)




Las monjas y el cardenal
Débora Arango (Colombia)



Tendo em vista as recentes revelações da comilança pedófila acontecida nos subterrâneos das igrejas, e a movimentação noturna e  hommo afetiva pelos arredores do Vaticano o Papa Francisco, temendo o engendro de uma nova Sodoma e Gomorra, resolveu por um fim ao celibato dos padres. Sim, o onanismo cansa! E a interdição ao matrimônio - insinua o pontífice - nunca foi algo sério e eterno, assim como a ideia de que sexo desagradava a deus, era balela... Tratava-se apenas de um protocolo cultural e  temporal... 

Dizem os exegetas, que esse "valor de perfeição" começou lá entre os tresloucados ribeirinhos essênios, (que, não por acaso, viviam ao lado do Mar Morto) etc, etc... Tudo bem, mas para ter uma idéia do perfil daquela gente, pensem nas crenças e nos valores dos nossos ribeirinhos de hoje...  Quais teriam sido (à época), as intenções desse "protocolo temporal"?  Será que não sentiam e não suspeitavam que a obrigação de castidade era um afrodisíaco bem mais potente que a catuaba e até mesmo que o pó de chifre de rinoceronte, usado lá pelos fratelos asiáticos?....

Ou será que acreditavam que a testosterona e a libido poderiam ser banidas com um mísero "protocolo temporal"? Ou estariam apenas se fazendo de bobos? Se baseando na demência daqueles psicóticos que, para não cairem em lúgubres tentações, se castravam e iam morrer à margem?

Enfim, muita gente que já não sabe o que fazer com as ereções espontâneas e que já não suporta o cheiro da própria batina, amanheceu esperançosa neste domingo. Uffa! Mas muita beatas estão se perguntando: O que será de tantos bispos, padres, vigários e cardeais castos e engaiolados? Muitas, inclusive, por candidez, temem que, daqui para diante, se possa até vir substituir os cantos Gregorianos por Carlos Gardel e agregar ao Curriculum das licenciaturas em teologia e até mesmo nos cursos de Primeiro Grau, as obras clássicas do Marquês de Sade...

 E se o matrimônio for pior que o celibato? E se para essa ilíada de embatinados a solidão do lar for mais iatrogênica que a solidão do claustro? E se as teses de Engels, a respeito, forem verdadeiras? Quantos desses velhos celibatários agora, a partir da liberação do Papa argentino, estarão precocemente edificando o próprio inferno e cavando a própria tumba? E as freiras? Como é que ficam as freiras? Tão santinhas e tão fechadinhas? Se perguntava a velhinha armênia, enrolada em seu véu de seda amarela italiana, ali no mercado, diante da prateleira dos ovos de codorna -. Para elas, o celibato também seria temporário? E como é que vão relacionar-se com a fé e com os dogmas da semana passada?; com o desejo e com a concupiscência dos colegas confessores?; com os novos aromas das alcovas, com os gemidos das concubinas e com as trapaças matrimonias universais e de sempre?

E não adianta reclamar, muito menos ao Papa... Por todos os lados desse anfiteatro, sempre haverá algum bufón encenando sua Commedia dell'arte... Esperneie e estrebuche à vontade, mas ciente de que, mesmo através da IA, será impossível livrar-se da pauta e dos trapos de querubim ...




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