Ah! E quantas promessas e quanta libido já foi investida naquelas fortunas enroladas ao pescoço, aos pulsos aos dedos e sobre o anel pélvico! Naqueles brincos! Naquelas alianças! Naqueles corolários de diamantes esparramados sobre bustos arianos, ciganos ou negros... Quanto fetiche eternizado naquelas pedras preciosas... E só deus sabe quantas, depois da Princesa Isabel e de Luz Del Fuego, devem ter penetrado por-debaixo-dos-panos das Primeiras Damas, das Primeiras Cortesãs e por outras fissuras fronteiriças da republica... Ah! Quantos cavalos e até rinocerontes com as pernas quebradas e de todas as cores já saltaram os bretes e as cercas desta pátria! E sempre com a mesma justificativa moralizadora: a 'mãe', a 'filha', a 'esposa'... a 'secretária' confidente... Se não fossem elas, jurava um filósofo italiano, até mesmo as ametistas e as esmeraldas mais exóticas seriam consideradas pedrinhas sem nenhum valor...
Uma curiosidade quase incompreensível: Nós, que durante décadas deixamos impassíveis e pachorramente sair do país toneladas de ouro, de brilhantes e de pedras, até já lapidadas e já facetadas, em sacos, em barcos, em helicópteros, em lombo de mulas etc, etc,... agora fazemos todo esse teatro para interditar a entrada de menos de meio quilo delas, que, inclusive, ninguém nem sabe ainda se são legítimas ou falsificadas... E se foram verdadeiramente ofertadas por um 'Rei' ou por um pobre berbere... Que lógica é essa? Resquícios da filosofia da miséria!... E depois, (apesar da alucinação das massas), o que se pode esperar de um país onde um simples 'servidor público', por moralismo de seita, descumpre ordens do 'líder supremo'? Quando é, afinal, que se poderá trazer, se se quiser, até uma baleia de nióbio ou um Leviatã de coral vermelho, na mala, sem ser patrulhado?
Intriga entre parteiras e rezadeiras rancorosas! Disputa carcerária entre beócios que, ao invés de nos remeter a Montesquieu nos transporta para os lupanares de Pompéia e para as fogueiras de Salém...
Sim, independentemente da intenção dos sheiks e dos mecenas sauditas; independentemente do Estado policialesco, e dos beneficiados, isso é tão irreal, tão doméstico; tão reacionário, tão teatral e tão ridículo como achar que são as ervilhas que fazem brotar a primavera...
No início da noite, se via e se ouvia na cobertura vizinha, alguém, aparentemente sem segundas intenções, cantando Michelle...
Bazzo, o que mais me chamou atenção nesse "causo", foi o prêmio que o Bolsonaro deu aos dois funcionários da receita que tentaram resgatar as joias. Um passou a ser adido em Paris e o outro, adito nas arábias. Seria esse o método usado para escolher também os nossos diplomatas?
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=fCdRCG9hKHw
ResponderExcluirBazzo, e se as investigações acabarem demonstrando que as tais joias são falsas e que o destino delas não seria a Michelle, mas uma amante???
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