sábado, 11 de março de 2023

A política, essa fábrica de mitômanos...


"Daí, em grande parte, a paralisia completa das gentes que ali vagam, há três séculos, numa agitação tumultuária e estéril..."

Euclides da Cunha

(IN: À margem da história)




O Mendigo K, nesta manhã silenciosa e suave de março,mais mitômano do que nunca, está mentindo por aí que nos tempos em que mendigou lá pelos lados londrinos de Canden Town, aproveitou para fazer um curso de espia e de detetive. Contava essa mentira com os cotovelos apoiados no balcão da padaria enquanto fazia pose e lançava três/quatro perguntas a seus colegas de indigência, sobre a armadilha das joias, na qual o Bolsonaro caiu como um pato:

1. Quem comprou os tais colares, diamantes e etc, lá na mistificada Chopard? Aliás, até quem passou a vida inteira tagarelando contra o imperialismo, deixa rolar umas gotas de baba ao falar dessa tal Chopard...

2. Qual a identidade de quem entregou os tais pacotes aos assessores do Bolsonaro, 'quando estes se dirigiam ao aeroporto' de Riad?

3. Quem é que em pleno século XXI, ainda aceita um "presente", num pacote fechado, nos arredores de um aeroporto e num país tão bizarro, tão estranho e tão cheio de armadilhas como aquele?

4. E quem é que garante que as tais "joias" não passam de bijuterias  e que estavam destinadas não à "esposa", mas a uma amante?

Ora, como é que um ex presidente da república, ex militar e cercado por leões-de-chácara por todos os lados, foi cair num golpe tão singelo e tão elementar desses? Leitor da Bíblia e patrulhado todas as horas  por pastores delirantes, como é que não sabia que desde os tempos de Cain, de Beltessazar, de Pilatos e de Al Capone foi sempre assim que os adversários foram caçados...

E nem precisa ser apocalíptico para concluir que a trajetória da humanidade é realmente um fiasco. Uma tramoia que veio se desenrolando no meio de arapucas, de lero-leros, de vinganças, astúcias e intrigas entre facções e bandos...

E que Marx, apesar de seus furúnculos, tinha razão: A história se repete, obsessiva e compulsivamente, num momento como tragédia e no outro como farsa... (muitas vezes até como tragédia e farsa ao mesmo tempo...)

 

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