terça-feira, 24 de maio de 2022

Tudo falsificado! Uma sociedade seduzida pelo olfato e pelos aromas...




"Ah, quando é que se poderá, enfim, ver os pássaros com plena liberdade de reproduzir-se; as florestas invadir as cidades; a relva crescer sobre as mesinhas dos cafés; as galinhas porem ovos e chocá-los sobre os altares das catedrais abandonadas: crescer cogumelos nos pergaminhos das bibliotecas; cairem raios nos tálamos vazios... Até o percurso dos raios foi determinado pelos homens! Oh! Ver, enfim, nos jardins, os cavalos a comerem os goivos e a galoparem em liberdade!" (P)

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Nas últimas semanas tem circulado notícias e resenhas sobre produtos falsificados que vem sendo comercializados na maior tranquilidade e há décadas por aí, até nas melhores lanchonetes e casas do ramo. E, curiosamente, essas revelações não estão alterando em nada os humores das seitas, nem da República e nem da população de consumidores. Depois das bênçãos e das homilias dominicais, as mamães e os papais, com aquele cheiro de talco nas axilas, continuam levando seus pirralhos para se lambuzarem com os cardápios fictícios. À noite, todos os gatos são pardos! Minimizam.

Denunciaram o Mac Donald por vender um famoso sanduíche de picanha, mas que não era picanha;

Que o Whopper Costela, do Burger King, não tinha costela;

Que o atum do Subway nunca havia nadado;

Um suco de uva, que a televisão dizia fazer milagres, que não era de uva;

Uma mocinha, que não era mocinha;

Um garoto que não era garoto;

Gasolina que não era gasolina;

Cachaça que não era cachaça;

Losartana que não era losartana;

Maconha e cocaína que não era maconha e nem cocaína;

Dentistas, pastores, médicos, filósofos e carpinteiros que não eram pastores, nem dentistas, nem médicos, nem filósofos e nem carpinteiros;

Homens da lei que não eram Homens da Lei;

Cristãos, budistas, e hinduístas que não eram cristãos, nem budistas e nem hinduístas;

Religiosos e ateus que não são nem uma coisa e nem outra;

Comunistas e fascistas que não eram comunistas e nem fascistas;

Entregadores de pizza que não eram entregadores de pizza;

Relógios Cartier que não eram Cartier; etc, etc, etc.

Poetas que não eram poetas;

Doentes que não estavam doentes;

Vacinas que não eram vacinas;

Esquerda que não é esquerda;

Direita que não é direita;

Profetas que não são profetas;

pecadores que não são pecadores;

Catchup que nunca foi Ketchup;

Mendigos que não eram mendigos;

Santas que não haviam feito milagre algum;

Tudo falso! Tudo sucateado! Tudo espúrio! Tudo aleivosia! Tudo para inglês ver. Aliás, o truque para vender pedacinhos até de cocô e de outras mercadorias clandestinas (e os comerciantes sabem muito bem), é escrever seu nome no cardápio sempre em javanês ou em inglês! TELEK ANYAR! Ou NEW SHIT!

Ah! E o Olavo de Carvalho, aquele desertor que tinha atrás de si, além de um milhão de inimigos, sempre a estatueta de uma santa e que foi 'amaldiçoado' por declarar que na  fórmula de uma determinada bebida havia fragmentos de fetos humanos!?? Onde estão os revisionistas?

E imaginem então o que deve haver na fórmula das Sopas que os padres e as cortesãs convertidas distribuem, de madrugada, ao pessoal da Cracolândia! E no âmago do Strognoff de camarão com creme! E na panelada de Sarapatel e nos baldes de Tacacá no Tucupi que é servido nas noitadas de Parentins e nos porões das barcaças que descem perigosamente pelas águas turvas do Rio Amazonas, de Manaus às Docas do Pará!

Moço, por gentileza, me vê aí um duplo de New shit!  

Enfim, já é tempo de admitir: somos todos provenientes de uma laia de trapaceiros! E que, como dizia aquele velho italiano: é bom ter medo dos que se dizem incorruptíveis, pois são sempre os mais fáceis de corromper...


 



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