quinta-feira, 26 de maio de 2022

A pesquisa do IBGE sobre orientação sexual dos brasileiros... Ecce bestia...



"Quando estiver na cama e ouvir o latido dos cães no campo, esconde-te sob as cobertas e não zombe daquilo que eles fazem, pois eles, como você, como eu e como todos os seres de cara pálida e alongada, têm uma sede insaciável de infinito" (Isidore Ducasse)






Está sendo muito comentada a publicação da pesquisa bancada pelo IBGE sobre Orientação Sexual dos brasileiros. As salas de redação dos jornais amanheceram eufóricas e radiantes! Quase uma orgia de histerismos! Curiosamente, um entusiasmo parecido com o que é manifesto diante das pesquisas eleitorais...

Ontem à noite, já de madrugada, passaram vários grupos aqui por debaixo de minha varanda garganteando e comemorando, cada um os seus índices.

Primeiro foram os supostos heterossexuais, babando, com casacões de couro, garrafas de vodka pela metade, canivetes, chicotes, pedaços de pau e de correntes, que a pesquisa indicou serem 94,8% da população, e que gritavam: No passaram! 

Depois vieram os supostos homossexuais, uns de baby doll rosa que levavam uma imensa bandeira colorida e que gritavam timidamente, olhando para as janelas mudas dos prédios: Viu, mamãe? Já somos 1,8% da população e amanhã, com certeza, se Deus quiser, seremos muitos mais!

Depois, mais modestos, passaram os 1,7% com aquela marcha de melancolia, que declararam ainda não saber a que grupo pertencem. Em seguida, surgiram lá na esquina os 3,6% de paranóides que se negaram a participar da pesquisa e, por fim, os misteriosos  0,1% que declararam ter Outra orientação sexual. Outra!?

Esperei até o fim da madrugada por um outro grupo, que não apareceu: o grupo dos supostos indiferentes, que a pesquisadora deve ter omitido ou ignorado. E que é mais significativo do que se imagina.

Eu, que, apesar de tudo, continuo acreditando em Freud (nele que abandonou a vida sexual aos 50, mas que nunca quis abandonar o charuto) e que tenho certeza que sobre sexo e dinheiro, ninguém diz a verdade, fiquei profundamente interessado pelo pessoal do 0,1%. 

Por mim, o IBGE deveria dedicar uma pesquisa só sobre eles. Qual seria, afinal, a orientação sexual desses cretinos? Em quem estariam investindo seu desejo, seus instintos, suas taras e seus sintomas? Seriam os fanáticos por dinheiro? Por trabalho? Por automóveis? Por pergaminhos? Por catedrais? Por churrascadas e por feijoadas? Por urnas? Por um Cargo de Confiânça? Ou, pelas cabras e vacas do passado? Seriam como aqueles sacerdotes egípcios que adestravam e faziam sexo sagrado com crocodilos? Ou como aqueles miseráveis que foram massacrados pela inquisição lá em Salvador, depois de confessarem ter vivido amasiados com porcas, além de terem dormido carnalmente com ovelhas, burras, vacas e éguas? Aliás, e por falar em bestialismo, no culto e erudito país de Nietzsche, de Schopenhauer e de Wagner, já está vigente até uma lei que legaliza sexo com animais...

Ah, mas é necessário, para ter maior precisão, - como declarou a pesquisadora -, fazer 'novos cruzamentos'. 

A propósito, qual seria a orientação sexual da pesquisadora? Em qual ou em quais dos grupos ela se encaixaria? Ou, estaria nesta, recomendada recentemente pelos pesquisadores americanos?





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