Ainda 'sobre' e 'sob' a bebedeira... "O cachorro roendo um osso diz para o próprio ânus: isto vai doer em você!".

"O Palácio não pode evitar o terreno baldio. Uma barcaça não pode evitar a palha. Um homem nascido livre não pode evitar o trabalho forçado. A filha de um rei não pode evitar a taberna..."

(Provérbio sumério)

Na Breve história da bebedeira, de Mark Forsyth, se pode ler:

1. Alguns dos efeitos da bebida não são causados pelo álcool. É só oferecer cerveja sem álcool às pessoas sem mencionar esse detalhe para concluir isso. Nunca confie num sociólogo num bar; eles devem ser vigiados o tempo todo: se na sua cultura o álcool supostamente torna as pessoas agressivas, você fica agressivo; se na sua cultura ele torna as pessoas religiosas, você se sente cheio de fé. E os resultados podem até mudar para uma mesma pessoas em diferentes sessões de bebedeira. Se o insidioso sociólogo anunciar que estão estudando as relações entre bebida e libido, todo mundo fica libidinoso; se disser que o tema é música, todo mundo começa a cantar...

2. Há uma ilha perto do Panamá em que os bugios podem se deliciar com as frutas caídas do tucum, que tem 4,5% de teor alcoólico. (...) Colônias de ratos em geral têm um macho dominante, o rei rato. Ele é abstêmio. O consumo de álcool é maior entre ratos de status mais baixo. Eles bebem para acalmar os nervos e esquecer as preocupações. bebem, aparentemente, porque são fracassados.

3. Uma manada de elefantes invadiu uma destilaria na Índia em 1985. A coisa não acabou nada bem.

4.  Em 9000 a.C. inventamos a agricultura porque queríamos nos embebedar com regularidade.

 

5. Numa determinada região da Etiópia existe o ditado: Onde não há cerveja não se trabalha.

6. Beber cerveja é um ato comunitário e feliz. Provavelmente vamos fazer amizades com os conspiradores da mesa ao lado. Vamos contar piadas. Os sumérios gostavam de piadas. fizeram listas delas, e algumas ainda são engraçadas, pelo menos um pouquinho: "O cachorro roendo um osso diz para o próprio ânus: 'isto vai doer em você!' Ou: "Algo que nunca ocorreu, desde tempos imemoriais: uma jovem não peidar nos braços do marido". (p.34)