(A. Schopenhauer, in: degeneración de la filosofia, p. 86)
O Mendigo K. que teve que comprar para sua mulher um punhado de chocolate, não sabia exatamente se 100 ou 150 gramas e que pagou 119,00 reais, estava furioso! Sentindo-se um idiota. Um estelionato! Colocou sobre a mesa um caderno com anotações recentes e discursou: Veja aqui: paguei por 100 gramas de chocolate o preço de uma arroba de cacau. Estelionato! Assalto! Ladrões com alvará! Se não acreditam, liguem para Itabuna. Uma arroba, vocês sabem, são quase onze quilos. Onze quilos de cacau são vendidos para as aves de rapina nacionais e internacionais por 185,00 (Cento e oitenta e cinco reais), preço de 100 gramas de chocolate! Isso, além de assalto, não é uma idiotice? Um diagnóstico de retardamento mental? Que não tenhamos bagos para construir estradas de ferro, tudo bem, mas por que é que não temos bagos para montar nossas próprias fábricas de chocolate? E não é só o cacau que é rapinado, também o leite, o açúcar e o papel com o qual se embrulha essa fraude, são oficial ou clandestinamente, levados daqui... Isso não é uma afronta? E depois vêm os comerciantes, as beatas, as 'titias' nas escolas e os padres com essa babaquice e com esse lero-lero de coelho da páscoa. Páscoa? O que é isso? O que essa anedota tem a ver conosco? Com nossa cultura? Com nossos genes? Com nosso tesão? Como é que nos deixamos humilhar e pisotear dessa maneira? Mimetismo? Nossos ancestrais teriam sido camaleões? Ou será que fomos todos, além de cretinos, convertidos em judeus Tupiniquins?
Todos de volta ao Antigo Testamento! Feliz Páscoa! Prosperidade aos cacaueiros... E, no próximo abril, vão foder outros!
Nenhum comentário:
Postar um comentário