quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O Mendigo K e a conquista e manutenção da beleza feminina...


Nesta manhã de quarta-feira, encontrei o Mendigo K em frente a uma academia de ginástica exclusiva para mulheres. Olhava para as que chegavam com suas bolsas e com suas roupas de mergulhadoras. De umas soltava um riso de deboche, a outras olhava com uma certa voracidade. Quando me viu, apontando para a janela da academia foi logo falando: Bazzo, consegues imaginar nossas avós se torturando 40 minutos por dia sobre uma esteira com a ilusão de ficarem mais bonitas? 

Em seguida foi me dizendo que está mergulhado na excelente obra de um italiano nascido em Turim, vinculado ao fascismo, que viveu em Buenos Aires e que, falando da beleza feminina, o tal discípulo do Duce escreveu numa de suas obras:

 "Para conservar a beleza só existe uma forma de ginástica: o turismo amoroso e excursionismo erótico.

Só as mulheres honestas envelhecem, murcham rapidamente. Certas senhoras muito formosas e muito livres de preconceito têm-me mostrado fotografias suas tiradas há muitos anos, quando ainda eram fiéis, honestas, monopolizadas pelo marido.

Que horror!

Que tipos de professoras de escola rural, de parteiras suburbanas!

Mas desde que procuraram acender desejos à sua passagem, desde que amaciaram a pele, cuidaram das mãos, tingiram e cortaram os cabelos, avivaram os lábios, educaram as sobrancelhas e pintaram as pálpebras de violeta; desde que multiplicaram a sua sensualidade, reiterando e variando os estímulos, ficaram belas como por encanto; realizaram o milagre de conservar-se bonitas e jovens, mostrando como é preferível uma cortesã de quarenta anos a uma virgem de dezoito, ou uma mulher honesta de vinte e cinco...

Em síntese, concluiu: As mulheres não fazem amor porque são belas, mas são belas porque fazem amor..."

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