"As salas dos tribunais são lojas: com efeito, a dona do negócio, a justiça, é sempre representada com a balança na mão..."
Pitigrilli
(IN: Ultraje ao pudor, p. 45)
Nestes últimos dias travou-se no STF uma discussão pra lá de masturbatória e metafísica sobre o DIREITO, ou não, ao ESQUECIMENTO. Direito ao esquecimento? Demorei uns três dias para entender do que se tratava. Seria uma apologia ao mundo das trevas?, à surdez e à cegueira universal? Um elogio ao Alzheimer?
Quem é que estaria disposto a esquecer os diversos infanticídios registrados na história do mundo? Os acontecimentos ocorridos na chegada de Cortez, do frade Savonarola e de outros bandos, aqui entre os nativos da América? O massacre dos armênios? O holocausto dos judeus e dos ciganos? As fogueiras da Inquisição? As bombas sobre Hiroshima? O famoso Hospício de Barbacena? As montanhas de processos criminais que apodrecem nos arquivos de nossas cadeias?
Sinceramente, o confinamento está fazendo mal e desvairando a turba.. Se a pandemia durar por mais muito tempo, veremos tudo se transformar numa descarada intriga entre palhaços...
Num momento em que todo mundo está tomando Ritalina, chá de alecrim e comendo espinafre no café da manhã para ativar os neurônios e retardar o mergulho no abismo da amnésia, estarem discutindo o Direito ao Esquecimento, já é um sintoma de uma pré-demência. Esquecer? E os professores de história?, e os credores?, e os histriônicos e os mitômanos, que se alimentam só de suas mentiras e megalomanias passadas?... Que fazem que ainda não saíram às ruas com suas escopetas? Será que já sucumbiram? Que já esqueceram tudo?
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