"... Los que buscam perlas en las profundidades del océano pueden ahogarse si nadie regula en la superficie sus dosis de oxígeno...."
Morton Schatzman
(IN: La otra Locura, página 153)
E o juiz Sergio Moro voltou a ser inquirido no Congresso Nacional, ao estilo dos
papos de boteco ou de fundo de rodoviárias.
O mendigo K que estava bebendo um capuccino nos arredores de uma igreja grega que há aqui na cidade, jurou-me que esteve lá e passou a contar-me detalhes do ocorrido:
"Foi impressionante ver lá, aquela turma de deputados tentando quebrar a estabilidade emocional do juiz. E ele, diante das maiores agressões se mantinha sóbrio, fingia anotar alguma coisa num pequeno caderno e de vez em quando olhava para o agressor como se estivesse pensando":
É impressionante vê-lo falar assim ilustre deputado e corruptozinho de merda! Tenho lá sobre a minha mesa tua ficha corrida. E os piores de teus crimes nem são relativos a desvio de dinheiro público, mas por mau caráter e covardia;
E você sua vaca desequilibrada! Porque insiste tanto em acusar-me de coisas que recheiam apenas tua biografia?
E você velho padre desviado de função, como é possível que a sacristia e a velhice não tenham te servido para nada?
E você, pobre diabo, que todo mundo te viu correndo na garagem desse parlamento para ocultar teus crimes e crimes de teus comparsas...
E a senhora, que deveria comer menos e ler mais! Quais as razões que te trazem aqui para fazer esse circo? E para tentar incriminar-me?
E o senhor, que da socos sobre a mesa e que procura exibir-se como se não fosse um ladrãozinho subalterno?
E a senhora, cujo destino histórico era outro tipo de casa e que só caiu aqui por acaso e por manipulação de votos?
E o senhor, que aqui finge cantar de galo mas que daqui a pouco estará cacarejando como uma galinha diante de seus chefetes?
E a senhora, outra vez, que deve estar tomando os remédios de forma errada! Por que essa obsessão em atacar-me? Teu conflito é realmente comigo ou com o masculino?
Ah! Eu os compreendo!
Sei que como cristãos de fachada lhes é mais difícil elaborar a culpa. Respeito vosso sofrimento! Mas vejam os outros bandos, as hordas que passaram roubando o país nas décadas que lhes antecederam, eles souberam lidar melhor com o poder, com o dinheiro e com a culpa. Roubaram tanto quanto vocês, investiram o dinheiro roubado em todo tipo de negócios por aí sob vossas barbas e pelo mundo afora, vivem bebendo champanhe nos mais sofisticados puteiros do mundo e sem nenhum vestígio de arrependimento.
Vocês não!
Vocês precisam culpar alguém com a crença ingênua de que com isso diminuirão a vossa própria culpabilidade. Esse é um deficit politico e uma fraqueza dos historicamente alienados e dos ex-proletários.
A culpa os faz arquitetar inconscientemente uma armadilha contra si mesmos. Precisam purificar-se! E para isto caem nela movidos por uma forma pueril de religiosidade...O moralismo os consome a ponto de nem conseguirem desfrutar daquilo que roubaram...
Me entendam: Fui apenas um juiz! E se cometi algum erro foi ter sido complacente demais para com muitos dos senhores..!
O juiz fez um longo silêncio e concluiu:
Confesso que metê-los na cadeia me causa um imenso constrangimento diante das massas. Como é que depois de tudo as massas ainda terão que mantê-los presos?
O ideal, todo mundo sabe, seria bani-los. Levá-los até a fronteira apenas com os trapos que a maioria dos senhores possuía antes de tornarem-se políticos e indicar-lhes a solidão do mundo...
SERGIO MORO no covil das hienas!
ResponderExcluirhttps://youtu.be/-9EXQQUJVeA