NOTÍCIAS DE NOSSO SUBLIMADO CANIBALISMO...
Dezenas de
mensagens foram enviadas para meu e-mail neste final de semana, umas criticando
e outras elogiando as manifestações de ontem em SP, NY e até mesmo aqui em
Brasília, contra os maus tratos a gatos, cachorros e a outros
bichinhos de estimação. Evidentemente que estou do lado dos animais e dos manifestantes, mas
sem deixar de perguntar-me: e as pobres e melancólicas vacas? E os simpáticos leitões? E os orelhudos coelhos? E as
escandalosas galinhas? E os marrecos? E os perus natalinos? E as tranquilas tilápias? Todos assassinados aos milhões e diariamente
para saciar a oralidade, a voracidade e a libido de nossa efêmera espécie? Inclusive, quantos daqueles
manifestantes idealistas - indagaram meus correspondentes - ao término da passeata, não deram inconscientemente uma passadinha numa das tantas
churrascarias disponíveis para beber um pouco de sangue? E os formigões que insistiam em devorar os gerânios
da vizinha e foram todos exterminados? E os piolhos, estrangulados na própria cabeça dos escolares? E os pernilongos por detrás do abatjour ou mesmo os carrapatos (Pthirus pubis) nos pentelhos das cortesãs secularmente aniquilados
sob jatos de neocid? E os pombos voluptuosos que são envenenados no telhado das casas? E os besouros que se estatelam no para-brisa dos carros
em alta velocidade quando se vai a Pirenópolis de madrugada? E as ratazanas que estão sendo caçadas a pauladas nos
porões do Congresso Nacional? Por que um cão não pode ser assassinado e comido,
mas uma vaca sim? Um gatinho angorá não, mas uma granja inteira de galináceos
sim? É evidente que essa é uma reflexão que vai além do estômago, que cheira a canibalismo sublimado e que coloca
em xeque toda a nossa pretensa compaixão e toda nossa delirante humanidade. Quanto ao "amor" pelos animais, conheço pessoas “normais” que se
diante de uma situação limitrofe tivessem que optar por sacrificar seu Lhasa apso
ou uma criança qualquer, não teriam dúvidas em salvar seu pequeno, fiel e afetuoso
quadrupede. Estariam equivocadas? Ou poderia ser este o primeiro e mais difícil passo para retomar o antigo e
esquecido projeto de Malthus???
Parabéns pelo seu comentário.Foi o texto mais sensato em prol dos animais que li nos últimos tempos.
ResponderExcluirNa SADIA, segundo procurador, muçulmanos contratados para degolar frangos pelo método halal trabalham em condições 'análogas a escravidão'. Os muçulmanos só consomem carnes de animais que tenham sido mortos pelo processo autorizado pela religião. Na morte pelo halal (que em árabe significa permitido, autorizado) o matador deve pronunciar "Em nome de Deus, Deus é maior!" (Bismillah Allahu Akbar, em árabe) antes de cada degola.
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