Apesar de tudo, ninguém pode negar que o mundo está cada dia mais fascinante, principalmente para os antropólogos, para os arqueólogos e para todos os que sentem curiosidade e prazer em mergulhar nas melecas cerebrais e nos costumes da espécie. Na semana passada tivemos numa de nossas ilustres TVs o programa bizarro sobre as mulheres ricas. Muita gente passou a noite toda vomitando, uns de inveja e outros realmente de nojo. Tivemos o caso do congresso (religioso) de ginecologia em Israel onde foram proibidas palestrantes mulheres e onde as que estivessem na plateia deveriam ficar numa ala separada da dos homens. Estranho, não é?, principalmente porque é provável que o que os religiosos sabem sobre xotas, sobre ciclo menstrual e etc., é bem menos daquilo que um padeiro sabe sobre a Teoria da Relatividade. E tivemos ainda a inauguração em Roma de um cemitério para crianças nunca nascidas, e mais, a falência do MacDonald’s na Bolívia. Ora!, como fazer um homem nativo acostumado com folhas de coca, chuño, chicharrón e com o esplendor das montanhas geladas adaptar-se àquelas porcarias plastificadas dos gringos? E, o mais interessante de tudo, a noticia do sujeito que numa cidadezinha da Guatemala violou a tumba da mãe morta há três anos, retirou o corpo do meio dos trapos putrefatos e, a mando de deus, tentou incendiá-lo. Sinceramente, sem ironia, não é fascinante viver no meio dessa espécie? Pena não podermos viver uns quatrocentos anos para poder traçar detalhadamente o perfil que ela merece.
Ah, tivemos também as enchentes de Ano Novo em Minas e no Rio. Que beleza ver todos os anos aquela água barrenta, temperada de merda e de ratos derrubando os barracos, levando em redemoinhos os colchões, pedaços de armários, garrafas, tábuas de bater carne e mesmo os corpos do populacho!!! Que beleza ver aquele povo em prantos sobre as ruínas enquanto os ministros e agregados (todos senhores honrados) bebericam capuchinos com madeleines em Paris!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário