Ninguém tem dúvidas que esse tipo de programa é destinado a um público de terceira categoria. Um vivaldino recruta um bando de exibicionistas mentecaptos e disponibiliza suas taras, suas nádegas e suas idiotices a outro bando, bem maior, claro, mas igualmente desesperado e voyerista e eles milagrosamente, se completam. E o populacho se delicia com as pérolas que aqueles energúmenos jogam uns para os outros. A mídia inteira da notinhas aqui e notinhas acolá, as revistas de fofocas contaminam o cérebro das domésticas e dos peões em geral com aquele teatro sexualóide e melancólico e as grandes indústrias aproveitam para divulgar suas merdas superfaturadas nos intervalos. Ah, mas se os ilustres juízes permitem é porque o programa é bom! Ah, mas o ibope continua alto!!! Azar nosso. Foi nossa alienação e nossa preguiça que viabilizou o engendro dessa qualidade de espetáculos. Agora, como mais uma jogada publicitária teatralizam um estupro entre os membros. Entre os membros, leia-se nos dois sentidos. Ah, mas os envolvidos são adultos e estavam peidando de bêbados! E depois, o programa em si já não é um imenso estupro a inteligência? O que diz a “lei” sobre isso? Bêbado pode estuprar? Crack para os miseráveis urbanos não pode! Álcool para esses bundões exibicionistas está liberado! Pegar naquilo em baixo das cobertas pode! Enfiar aquilo lá, não pode! Acordada pode! Fingindo que está dormindo é estupro. Agora a polícia e os movimentos feministas vão investigar se houve penetração ou se foi só nas coxas, se a vítima teve palpitações sob as cobertas, se gostou ou se durante o abuso “não estava nem aí”, só pensando no vil metal. Haja cinismo! Mas, com penetração ou sem penetração, a inércia das massas é crônica. Como diria J. Green: “Talvez o maior consolo (e o maior engano) do oprimido seja acreditar que é superior a seus tiranos”.
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