Desde os anos 50 (1950), as mães, as avós, as bisavós, as vizinhas benzedeiras, as obesas camponesas, etc, etc, etc, faziam festa e até penduravam nas janelas fotos dos filhos quando estes passavam no vestibular. Se haviam passado em Medicina, em Direito, ou ingressado no exército ou num Seminário, então a festa era mais delirante ainda, com barris de vinho, erva mate e escapulários se prolongava por quase uma semana... Claro, era perturbador ver aquela gente que vivia numa penumbra de ignorância ancestral, acreditar que sua prole (nascida sempre por acaso e por pura vontade de deus!), estaria a salvo... E o sujeito que sabia operar uma máquina de escrever ou uma de fazer "xerox" (por exemplo), já era considerado e chamado de doutor. Se usasse um anel, então, era quase uma divindade. Um horror. E isso, prestem atenção, não foi lá na Idade Média, foi praticamente ontem. (Siglo veinte cambalache... problemático e febril...) E não pensem que as coisas mudaram. A tal EaD, educação à distância, vem do mesmo percurso daqueles tempos e tem o mesmo pedigree. Ainda hoje, as paredes das casas, dos consultórios, das sacristias, dos gabinetes e das alcovas dos maiores mentecaptos estão repletas de Certificados obtidos à distância ou mesmo no tédio místico e trapaceiro das salas de aula... Me dizem que até num michê de quinta categoria aqui nos arredores, uma das gerentes/cortesãs gosta de exibir um Certificado de alquimista e outro de punheteira profissional, um, emitido por Oxford e o outro, por Beijing...Um horror! Enquanto lá fora, uma Ilíada de crápulas diplomados, comandam tudo, desde as grandes manifestações, os programas de rádio e de televisão (24 horas por dia), até as seitas (umas duzentas, uma em cada esquina) que, associadas à AeD e ao crack, dão a energia e a ilusão necessárias para seguir vivendo, saltando de um trapézio a outro, girando no globo da morte e, claro, para seguir esperando pelo salvador... E ele virá... tenham paciência e estejam certos, que virá... e que, por coincidência, se chamará: Dr Godot...


Ao mestre, com carinho
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