Mao Tsé Tung
O mundo não só ameaça, como está desabando sobre a cabeça da Janja depois de sua singela intervenção lá no bate papo entre o Lula, Xi Jinping e mais meia dúzia de atores e Bon vivants da imensa e interminável pantomima que é essa monarquia travessia de república...
Ora! todo esse bafafá, esse lero-lero e essa malignidade contra a Janja é uma demonstração cabal de que o mundo ainda está atolado num moralismo caipira & ridículo... que ainda sacraliza o ESTADO e que mistifica seus dirigentes... um mundo que vê nas mulheres, (em qualquer uma), uma réplica da mãe, babaca e odiosa, à qual dedicam um ressentimento atemporal e incurável... um mundo que, apesar de ficar cacarejando sobre igualdade de direitos, de salários, de gozo sexual, de que podem dizer o que pensam etc, etc, etc, na essência, só as tolera nas cozinhas, nos tanques e nas igrejas, com um lenço branco amarrado à cabeça... e na condição de que, nas reuniões e em público, fiquem caladinhas, com o clássico e odioso bouquet de flores no colo.., e que, na cama, com a luz apagada, permaneçam de perninhas abertas, de bruços e gemendo, mesmo que seja só um gemido de fingimento... (E em alguns casos, que logo depois de correrem (com um certo nojo) para o banheiro, passem a rezar uma ou duas Salve Rainhas..., uma mais louca do que a outra e todas em busca de um abismo de rosas... Mon Frère, aqui entre nós: essa é ou não é a mulher idealizada???
Enfim, a intervenção da Janja lá naquela suposta reunião entre divindades, não teve nada de tão escandaloso, de tão impróprio, nada de tão exagerado, nada de tão impertinente, nada de tão ridículo como se está pretendendo. Talvez, inclusive, tenha sido o que de mais interessante se tenha dito em todos aqueles dias de espetáculo, de roçar de nádegas, de elogios mútuos, de assinaturas suspeitas, de jantares, de compras & de vendas, de black-tie, de blaisers e de futilidades...
Se Mao Tsé Tung aparecesse por lá, é provável que (ele que até já jogou pianistas e pianos pelas janelas dos palácios...), batesse com uma espada sobre a mesa e acusasse a todos de estarem traindo os princípios básicos de sua revolução... De estarem frustrando os pilares básicos de sua Grande Marcha e que via ali sua Revolução Cultural indo para o ralo, sendo transformada num lero lero de gentilezas entre dândis, vivaldinos e palhaços, num show de protocolos, de bons costumes e de perfumaria entre pequenos burgueses... entre trapaceiros fantasiados de revolucionários... Por fim, ainda brandindo a espada, gritaria, num bom mandarim: e fodam-se as gentilezas, as 'boas maneiras'; a finesse, o primor, o esmero e as algemas impostas às mulheres e às chamadas Primeiras Damas... e também que se fodam os chips e esse tal de tic-toc... (todas essas aberrações de um mundo histriônico, reacionário e idiotizado, preocupado apenas com as próprias tripas!).

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