sexta-feira, 24 de maio de 2024

Entre outras infâmias: TAXAR OU NÃO TAXAR? A propósito, taxar não seria uma forma de tachar?


"Ser obrigado a viver numa nesga de terra, demarcada em vermelho ou azul no mapa, e detestar por isso as demais nesgas verdes ou pretas, sempre me pareceu um conceito mesquinho e estúpido..."

Flaubert




 E o Estado, aproveitando-se da inércia e da submissão dos rebanhos, vai descaradamente avançando nas proibições e especializando seus lacaios e sabujos no manejo da repressão e do chicote. Agora querem proibir o populacho até de comprar uma escova de dentes ou um chinelo, fora das fronteiras. Mesmo quando a escova de dentes e o chinelo (apesar de virem num transatlântico movido a energia solar lá do outro lado do planeta) serem de melhor qualidade e a um preço bem melhor do que os disponíveis aí pelos arredores... Ora, isso é uma infâmia! Um provincialismo, um nacionalismo e um chauvinismo babaca de pré-escolares... E tudo para não desagradar o que eles chamam de "comerciantes locais" ou de "indústria nacional". Ora! Já não chega a tirania dos pastores e dos banqueiros? Que se fodam os comerciantes locais e a indústria nacional se eles e ela não conseguem estar à altura dos fatos! Que se fodam as fronteiras! Todo patriota é um energúmeno! É necessário superar essa mentalidade suburbana... essa mentirada mercantilista, essa mística de quarteirões... esse transtorno nacionalista, a policia alfandegaria e as correntes do passaporte! Todo mundo sabe que, como dizia Chincholle, a pátria para o comerciante é o bolso! Só os cidadãos do mundo poderão vir, algum dia, merecer algum tipo de respeito! A propósito, se você é fotógrafo, deve saber que produzir tuas fotos em Pequim (via Whatsapp), te custará menos da metade do preço de produzi-las por aqui e mais: que te chegarão em quinze dias e numa qualidade excepcional. E que se precisares comprar uma bateria para tua câmera, comprando-a em Hongkong (via whatsapp) te custará 5 dólares, enquanto que ali na birosca da esquina, terás que pagar 40 dólares. Portanto, viva o fim das fronteiras e a liberdade de cada um banquetear onde bem entender... Taxar? Taxar é o caralho! Que ninguém seja tão órfão a ponto de precisar ser vigiado por um bando de comerciantes vorazes e analfabetos e, muito menos, por um Estado com pretensões paternais, mesquinhas, dinheiristas e tiranas...






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