sábado, 25 de novembro de 2023

Os varejistas, as varejeiras e o veto de Lula...



"... Os pobres que mais lucram são os que mendigam à entrada da Bolsa, ou nas escadas das igrejas, veem cair em seus chapéus punhados de moedas daqueles farsantes que acabaram de lograr os Homens ou de mentir a Deus..." (P)





Hoje sábado, com o morticínio em marcha lá na Palestina (mesmo depois do cinismo da trégua humanitária), o Mendigo K apareceu na padaria defendendo o veto de Lula à prorrogação da tal desoneração dos varejistas... Quando pronunciou a palavra varejista fez questão de lembrar das moscas...

- Essa tal desoneração - continuou - que está vigente no país há uns dez anos, (façanha da dona Dilma, que agora passeia de limusine e despreocupada lá pelas margens encantadoras do rio Huangpu, em Shangai) além de ser uma desonestidade para com a maioria da população fodida e que sustenta compulsória e integralmente a voracidade estatal, é uma espécie de capitulação e de rendição diante das chantagens dos petits commerçants e dos petits voleurs que ameaçam com demissões em massa e etc. Ora! O veto do Lula é reparador e lógico! Ceder às chantagens dessa confraria é bandear-se para o lado de um feudo de sectários, de uma turma que já está com os maxilares e os lábios deformados de tanto mamar... (aliás, essa desoneração significa abrir mão de 40 bilhões por Ano, que, naturalmente, os nobres patriotas vão gastar em Las Vegas e suas concubinas em Paris) e, como se houvesse um "esquecimento irreversível..." colocar-se contra multidões que não têm nem uma pedra onde apoiar a cabeça... " 

Enquanto ele esbravejava, apareceu um morador de rua de uns 40 anos, aspecto dramático, com um corte no queixo, implorando ajuda para comprar remédios... Para que ninguém suspeitasse, foi logo apresentando a receita: cinco tipos de remédios, (entre neurolépticos e sedativos) prescritos por um psiquiatra de ambulatório público. No verso da receita, algum balconista (lacaio do lobby farmacêutico) havia rabiscado a lápis o orçamento: 849,00 (oitocentos e quarenta e nove reais). 

- E a farmácia de baixo-custo? Perguntou em uníssono a mendigada.

O Mendigo K, o mais exaltado, colocou-se em pé e concluiu:

-  Desoneração um caralho! 

- Desoneração a um determinado grupo, em troca de favores futuros? 

- Essa é uma dialética de puteiros! 

- Desoneração, um caralho! Querem demitir seus funcionários e fechar seus botecos? Ora! Que demitam e que fechem! (Na essência,  - prestem atenção -se trata de algo parecido à Lei Áurea...)



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