A guerra... Um detalhe do gozo porco dessa espécie moribunda...

 

"Por qué nos indignamos tanto contra la guerra, usted, y yo, y tantos otros? Por qué no la aceptamos como una más entre las muchas dolorosas miserias de la vida?"

(Carta do judeu Freud para o judeu Einstein, em setembro de 1932)

 

David Dalla Venezia

Apesar de todo o teatro e de toda a pantomima passional das torcidas diante do morticínio entre semitas (sionistas e árabes), diante dos aviões "humanitários"; dos caminhões de comida e de água que procuram prolongar o horror dos envolvidos e diante das trapaças das harpias de todos os lados... Apesar da frescura das embaixadas, dos médicos sem fronteiras, dos gritos dos militantes e dos apelos do Papa argentino, dos feiticeiros, das freiras e das cortesãs; apesar dos falsificadores da história, da gerontocracia planetária; dos coveiros e das seitas, há sim, mesmo que secretamente, diante dessa carnificina, diante das bombas, das baionetas, dos mísseis, das acusações, das mentiras e do desespero daquelas matronas (árabes e Israelis), um frenesi fratricida e sado-masoquista... Matar o outro! Morrer um pouco com a morte do outro! Sade e Masoch envolvidos! A terra, a água, o ouro, as crenças. as etnias, o ciúmes, tudo isso são pretextos encobridores. O gozo é outro, de outra natureza. Submeter e matar o outro. Morrer, pelo menos um pouco com a morte do outro. Eu te mato e você me retribui a bala em nome de um delírio ou de uma idiotice tribal, racial e metafísica! No fundo, a estupidez dessas chacinas estão edificadas sobre um ódio milenar contra si mesmo. Trata-se de um suicídio disfarçado! Observem como uma bomba que cai na faixa de Gaza ou nas muralhas de Jerusalém gera o mesmo efeito sobre as torcidas organizadas. Sim, a transação é obscena e de terror entre semitas. Eles que cultivam um ódio milenar e secreto entre si que as outras etnias não têm idéia e nem acesso... Ah!, o Velho Testamento! Os capítulos que foram subtraídos daquela brochura de perversidades, daquela apostila escrita a ferro, fogo e sangue... Cain e Abel, nossos verdadeiros ancestrais. E as opiniões dos vira-latas e dos lambe-botas sobre o assunto são infanto-juvenis e cretinas. Não, esse surto destrutivo, coletivo e aparentemente sem razão, não é um FlaXFlu... Não pode ser resolvido com três garrafas de cachaça num boteco e nem rodopiando num terreno de vudu... E depois, quem nos garante que a vitória será dos que se mantiverem vivos, e não dos que, enfim, forem despedaçados pela ignominia e pelos mísseis? 

Portanto, é bom que os tagarelas e os neófitos mantidos fora do cenário real, não façam o papel de palhaços diante desse horror... Pois as batatas e o exílio, um exílio definitivo e bem para longe de todas essas dolorosas misérias,  - como resmungava Freud - podem estar sutil e tragicamente destinadas aos perdedores...