quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Várias...

"Quando houvermos triunfado em escala mundial, é com ouro que se farão os mictórios das grandes cidades..."

(Lenin, 1917)



1. Hoje, na padaria da esquina, os mendigos discutiam: qual foi o funeral mais concorrido? O do Pelé ou o do Bento XVI? E com qual das duas imagens mortuárias as crianças terão pesadelos?

2. Nestes dias de frenesi republicano, basta que apareça um microfone, diante de qualquer trapaceiro, para que ele desande a plagiar descaradamente trechos do último discurso do pastor Martin Luther King (e, pior: sem citar a fonte, e mesmo sabendo que 95% da população,  - como lembrava Leonardo da Vinci - não passam de preenchedores de fossas sanitárias...)

3. Depois da Noruega e da Alemanha, agora até os ingleses estão se apressando em participar do chamado Fundo Amazônico, e prometem investir toneladas de Euros na nossa selva e nos nossos ribeirinhos. Alguém deve tê-los lembrado da frase Shakesperiana: ouro vale mais do que vinte oradores!

 E seus comparsas aqui dos trópicos, fingem não entender a trapaça e, cúmplices e subalternos, até agilizam internamente os tramites burocráticos para a rapina... Ou seria realmente amor? Ah! o oxigênio! Ah! o aromas daVitória Régia! Ah! o canto do Uirapuru! Seria amor daquela gente pelas nossas árvores, pelos nossos rios subterrâneos, pelas nossas tribos, pelo planeta? Será que o amor teria verdadeiramente vencido o ódio? Mas e aquele alerta do ilustre professor norte americano, Milton Friedman, de que não existe almoço grátis?

Como as minas de Serra Pelada, do Congo, de Taxco, da República Dominicana, do Chile, do Peru, da Bolivia, de Minas Gerais e de outras colônias já minguaram, ninguém quer perder o banquete de esmeraldas, diamantes, ouro e derivados que ainda se ocultam no subsolo amazônico... Não é verdade? Porquê a putaria não pode parar e porquê, sem esmeraldas e sem diamantes, o que é que se iria cravar nos brincos e nos braceletes das madames, das princesas, das beldades e, principalmente, das cortesãs?

A propósito, quem é que saberia nos dizer quantas toneladas de pedras preciosas, ouro e prata foram arrancadas dessas minas estatais, nas últimas décadas, e em que contas foram parar?

Balelas! Escrevo apenas por escrever! Tenho certeza que de facções em facções e de cinismo em cinismo até as pedras vão se degradando... Sinceramente, não conheço nada mais desprezível e risível do que essa comovente marcha... 

Um comentário:

  1. Bazzo me deparei com esse título e lembrei do seu Vademecum da Vagabundagem, quando sai ?

    https://www.travessa.com.br/direito-a-vagabundagem-as-viagens-de-isabelle-eberhardt-1-ed-2022/artigo/b0b6180a-f3fd-4a63-8711-c94674152836

    ResponderExcluir