E o teatro com os ianomâmis vai ganhando força...
Surgem "revolucionários" hipócritas e alucinados de todos os lados.
É como se o país, de uma semana para outra, tivesse despertado depois de uma longa bebedeira; como se em muita gente tivesse milagrosamente brotado o Espírito Santo dos Indigenistas e como se ninguém soubesse que, além dos ianomâmis, existe também os Machacalis; os Xavantes; os Pataxos; os Ticuna; os Guajajara, os Bóroros, os Kaingangs, etc, etc... (sem falar das tribos aculturadas que vivem no pântano e nos cortiços das periferias de nossas cidades), todos mergulhados na mesma miséria e em situações semelhantes... e há décadas...
E os atores, com suas unhas pintadas e suas camisas de punhos bordados, vão consultar o famoso Estatuto de Roma para saber quem, afinal, ao longo dos dias, foi mais responsável pelos genocídios... Estatuto de Roma? Tudo bem, mas por que não dar uma olhadinha também no Macunaíma, do Mario de Andrade?
E é cômico ver os almofadinhas urbanos querendo ensinar aos velhos pajés a pescar! Quando é que vão mandar um avião da FAB buscar a fadinha sueca e viking, para falar-lhes dos Druidas e para e dar-lhes umas lições?
Na opinião do Mendigo K., não apenas os ianomâmis, mas todos os outros grupos indígenas, ao invés de ficarem mendigando, se envenenando na periferia das cidades, ouvindo o lero lero de improvisados indigenistas, sendo manipulados por governos, por padres, por pastores e por hienas nativas e estrangeiras, deveriam além de voltar a usar o arco e a flecha, como no passado, fazer curso de tiro, cada um andar na floresta com sua escopeta às costas. E, ao invés de expulsar os garimpeiros e outros intrusos, estar obsessivamente junto deles e confiscar a parte que lhes cabe daqueles imensos latifúndios, em pepitas e em ouro...
Não é possível que, nessas alturas do caos planetário, ainda não tenham entendido que quem anda no meio de cachorros tem obrigação de aprender a latir! Não é possível que não saibam o que aconteceu com seus parentes ao redor do mundo... e o que lhes espera, seja através das Esquerdas ou das Direitas... através dos beatos ou dos laicos, já que o que muda entre uns bandos e outros, é apenas a marca da vaselina e o método...
Teatro de hipocrisia e de humanismo!
Mas, como é teatro, todos sabem que logo passa. Duas três horas, quando os atores aparecem, desaparecem, recitam seus textos, as luzes acendem, piscam e apagam... alguns trechos da peça são incompreensíveis para a maior parte dos espectadores, fazem ruídos no camarim, hipnose, ilusionismos, até que aparece uma atriz em topless, seguida por um palhaço de chapéu e de suspensórios para obnubilar ainda mais o rebanho e botam as Bachianas como fundo, os atores mudam de roupa, alteram a voz, dizem a frase que toda a platéia esperava, seduzem, vão abrindo espaço para as outras temporadas... e quando percebem algum bobalhão chorando ou bocejando nas primeiras filas, deixam as cortinas cairem, acendem as luzes e mandam duas ou três retardadas (em vias de empoderamento) vender panfletos na saída... E só.
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