segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

As maravilhas de Barcelona... e as armadilhas do sexo...


 "Mantenho-me a igual distância de Pôncio Pilatos e de Nietzsche. O primeiro indagava a si mesmo o que é a verdade, e o segundo perguntava de si para si o que é a mentira..."  ( P)





E o papo aqui por Brasília já deixou de ser sobre os mil e tantos "terroristas" enjaulados e deu lugar ao caso do tal Daniel, aquele jogador de futebol que teria, numa das famosas boates catalanas, abusado sexualmente de uma mocinha de 23 anos...

Por aqui, na rua e nos lares, homens, não necessariamente perversos e donas de casa, (não necessariamente misândricas) têm a mesma opinião ambígua sobre o assunto. O cara teria realmente feito sexo na marra com a mocinha ou teria havido uma incompatibilidade de valores? Ou estaria sendo trapaceado pelos demônios da libido, da fama, do dinheiro, do moralismo, da malandragem e do amor? Quem conhece as maravilhas de Barcelona e daquelas boates, sabe que em seu interior não se consegue nem ir mijar sem que uma velha ordinária e  fofoqueira esteja te espiando e sem que os antigos esbirros do Franco te tenham sob a mira... O que realmente teria acontecido?

O problema, é que mesmo que a transa tenha sido prazeirosa e inesquecível para os dois envolvidos, depois que cai no âmbito daquela velharada  brocha e judiciária, (resquícios do Tribunal do Santo Ofício e de Franco) é mais ou menos impossível não ir para a fogueira. Além disso, quem é que não sabe que o mundo feminino cultiva um certo.., digamos, ressentimento secreto pelos homens? E uma espécie de fobia pela ereção? Com o lesbianismo em alta, esse descalabro e esse desconforto passa a se expressar mais livremente e sempre apoiado pelas gerontocracias, pelas delegacias de mulheres e etc... E essa disputa, essa mágoa, essa competição e esse ressentimento é um horror "iatrogênico" tanto para uns como para outros, já que esses dois idiotas, ao invés de se destruirem mutuamente, poderiam associar-se da forma mais livre possível, apenas para gozar e para minimizar as loucuras da existência... Não é verdade? Ou ainda não conseguimos nos livrar dos moeurs intimes du passe e nem saltar para dentro das muralhas da Renaissance? Que miséria e que fracasso!

O Mendigo K, que estava lá na tal boate e que assistia com uma certa lascívia o casal dançando e sarrando, não consegue entender como é que a coisa tenha acabado na polícia e numa penitenciária. Segundo ele, dançavam de olhos fechados, se lambendo as carótidas e com as mãos soltas abaixo dos umbigos... O que teria acontecido? Qual é o problema? Ou a dança, a música, a cocaína, a maconha, a cachaça e as boates foram feitas para outra coisa? Ridículo querer satanizar o sexo, o desejo e o gozo! Desde que ouviu essa história, o Mendigo K só aparece na padaria relendo o livro de Ramón Draper Miralles: GUÍA DE LA PROSTITUCIÓN FEMENINA en Barcelona...

Mas o problema, sabemos,  é que depois de cair sob as garras da velharada unissex do judiciário espanhol, e de ter dado entrada numa penitenciária (ainda do tempo do Franco), tudo já está contaminado e não há mais bom senso que sobreviva. 

Ah!, e saber que em julho de 1936, (tempo da guerra civil espanhola) com o levantamento militar contra a república, as prostitutas de Barcelona se uniram aos milicianos em defesa da república e foram às ruas e até participaram nos incêndios de igrejas e nos saques a domicílios...

ATENÇÃO: sem a babaquice de querer defender algum tipo de agressor sexual, se não houver um movimento contrário e imediato a essa neurose/paranóide que vem fazendo de tudo para burocratizar e criminalizar o desejo e o gozo, acabaremos transformando o planeta num lúgubre, pobre e miserável aprisco de coroínhas bundões e de punheteiros...



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