sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Eu sei porque os pássaros engaiolados cantam... (Maya Angelou)

"Mas, afinal, o que é o burguês? 
Resposta: um porco que desejaria morrer de velho"
(Léon de Bloy)




Os negros alienados estão radiantes e os negros militantes estão furiosos com o aparecimento de Maya Angelou estampada numa moeda de 25 centavos de dólar nos EEUU. (Mas, - resmungam - numa moeda de apenas 25 cents? Não existiria aí ainda algum resquícios de supremacia?)
Para os primeiros, é uma honra e o reconhecimento de uma mulher negra, com um currículo invejável (E pluribus Unum!)... Já, para os militantes, é outra demagogia branca, um truque para acalmar a fúria latente dos guetos e dos remanescentes dos black Power. Eu, depois de conhecer a trajetória dessa mulher, me alinho mais com os negros alienados pois, mesmo que seja uma demagogia e um malabarismo luterano, o importante é que essa mulher, está aí. Quem é que, por mais medíocre que seja, não gostaria de ver sua própria cara estampada numa moeda? Ou numa medalha!? E quem é que vagabundeando pelo Cairo e pelo interior do Egito, não acabou sendo engambelado por um trapaceiro beduíno e comprando uma moeda com a suposta cara de Cleópatra?
 E depois... quem é que, até ontem, sabia da existência dessa tal Maya Angelou? Dela que escreveu, entre outros, o livro: Eu sei porque os pássaros engaiolados cantam? Que viajou pela Africa, que foi motorista de ônibus em San Francisco, garçonete, cozinheira, dançarina, prostituta e até amiga e camarada de Malcom X?
Queriam o quê? Que estampassem um perfil do Jalil Abdul ou da trupe inteira dos Panteras Negras numa nota de 100 dólares? Aí já é delirar demais. Esperar demais de um povo que, apesar da propaganda, tem dificuldade para ir além das salsichas e dos hambúrgueres...




 

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