Bernard Shaw. Eis aí um homem para quem se pode tirar o chapéu...

"Costuma-se dizer que cada povo tem o governo que merece. Seria mais apropriado dizer-se que cada governo tem o eleitorado que merece..."

B.S.

(In: Casa de orates, p. 8)

"Na primeira vez que tive minhas mãos examinadas por um quiromante, causou-me ele espanto contando a história de minha vida, ou o quanto dela que teve tempo para contar. Aparentemente, sabia ele de coisas que eu nunca dissera a ninguém. Poucos dias mais tarde, em conversa com um amigo (William Archer), mencionei o fato de ter-me dedicado à quiromancia. Imediatamente estendeu ele a própria mão e desafiou-me a dizer-lhe alguma coisa de sua vida que eu não soubesse, do conhecimento que tinha dele. Disse-lhe a seu respeito exatamente aquilo que o quiromante me havia dito a respeito de mim.

Ele também ficou tão admirado quanto eu havia ficado. Tínhamos acreditado que nossas experiências eram únicas, ao passo que eram noventa e nove por cento as mesmas; e do um por cento o quiromante nada dissera.

Fôra o mesmo que um par de macacos tivesse acreditado que seus esqueletos fossem únicos. Até o limite de um osso ou dois estariam certos, pois os anatomistas nos dizem que não há dois esqueletos exatamente iguais. Consequentemente um macaco se acha plenamente capacitado a exibir seu único osso ou seus dois ossos como curiosidades, mas o resto de seu esqueleto deve ser rejeitado como totalmente desinteressante. Deve conservá-lo para si mesmo, sob pena de aborrecer com ele as pessoas, de maneira intolerável..."

Bernard Shaw 

(in: Quem sou e o que penso, Página 13)