"Há muitos anos calada, a “inteligência” brasileira voltou-se para um formalismo delirante, novidadeiro e pernóstico, e “esqueceu”o que a fazia calar".
"Se diz que qualquer personalidade mundial, com dois dias de Brasil, já não seria mais levada a sério"
No capítulo VI, página 195 do livro ATOS IMPULSIVOS de W. Stekel, publicado pela Editora Mestre JOU, São Paulo, (1968) está um tema de uma beleza e de uma importância fundamental para quem se interessa pelos mistérios neuróticos do ser e, principalmente, pelo descaramento desses dias de roubalheira generalizada, não apenas nas grandes empresas, mas no dia-a-dia em geral e até mesmo no carroceiro da esquina que vende aos otários que passam pequenos pedaços de carne inapropriada enfiados em estiletes de madeira.
"Se diz que qualquer personalidade mundial, com dois dias de Brasil, já não seria mais levada a sério"
(Roberto Gomes)
No capítulo VI, página 195 do livro ATOS IMPULSIVOS de W. Stekel, publicado pela Editora Mestre JOU, São Paulo, (1968) está um tema de uma beleza e de uma importância fundamental para quem se interessa pelos mistérios neuróticos do ser e, principalmente, pelo descaramento desses dias de roubalheira generalizada, não apenas nas grandes empresas, mas no dia-a-dia em geral e até mesmo no carroceiro da esquina que vende aos otários que passam pequenos pedaços de carne inapropriada enfiados em estiletes de madeira.
O titulo desse capitulo é: A raiz sexual da cleptomania. Transcrevo aqui alguns fragmentos do referido texto, apenas sobre as diferenças básicas entre o ladrão e o cleptômano, para que qualquer curioso e leigo no assunto também possa tentar compreender o que está acontecendo na política atual. Aliás, não é bizarro e suspeito que os antropólogos & os doutores da saúde mental ainda não tenham promovido nenhum estudo rigoroso que "esclareça" e que "explique" a corrupção generalizada que enfurece e despedaça o país?
Escreve Stekel:
"O roubo não torna o ladrão feliz. Só lhe interessa o que foi roubado. A felicidade que o roubo lhe proporciona está em relação direta com o valor das peças que roubou; mas o cleptômano rouba pelo prazer de roubar. Busca a embriaguez do proibido (...).
Já vimos como o instinto de roubar é poderoso na criança e endossamos o ponto de vista de que, em todo adulto, persiste um resíduo desse instinto. (...)
Já vimos como o instinto de roubar é poderoso na criança e endossamos o ponto de vista de que, em todo adulto, persiste um resíduo desse instinto. (...)
O ladrão opera com frieza e reflexão. Calcula as possibilidades e vantagens e é capaz de amadurecer seu plano durante meses antes de levá-lo a cabo. O verdadeiro ladrão não se deixa levar por qualquer paixão. Para agir, necessita serenidade e sangue frio. Já, o cleptomaníaco ou cleptômano atua durante um estado de embriaguez afetiva, semelhante ao sonho; parece-se com o sonâmbulo. Está desassossegado, invadido por sentimentos de angústia e sente que qualquer coisa vai acontecer - exatamente como Hesse o descreve -; precisa de uma explosão (Gross), tem que se libertar de uma dolorosa tensão afetiva, realizando um ato. Atua sob o império de um impulso dominante, momentâneo ou permanente. O furto do cleptômano é um ato impulsivo. No cleptômano o intelecto é dominado, ao passo que, no ladrão comum, está a serviço do instinto. Também os cleptômanos podem calcular as possibilidades antes de realizar o ato e, em certas circunstâncias, cometem-no com muita habilidade, mas o ato se realiza num estado de sonho que exclui a reflexão. O indivíduo parece estar agindo sob o efeito do álcool. A reflexão é possível mas está muito atenuada. A embriaguez afetiva atua como qualquer outra intoxicação. O intelecto fica afastado ou reduzido à sua menor expressão. Somente a afetividade predomina. O sujeito não leva em conta as consequências, as desvantagens, os perigos e os inconvenientes. Desaparece a sociedade, com as suas prescrições, suas leis e seus riscos, firmando-se apenas o desejo como expressão de um impulso todo-poderoso. O Cleptômano comporta-se como criança. (...)
O enigma da cleptomania tem dado muito que fazer aos médicos (este texto foi escrito em alemão em 1922). Em muitos casos, era-lhes difícil determinar se estavam diante de um roubo vulgar ou de um caso de cleptomania, isto é, frente a um delito ou a uma enfermidade..." (deve ser preso ou internado?)
O enigma da cleptomania tem dado muito que fazer aos médicos (este texto foi escrito em alemão em 1922). Em muitos casos, era-lhes difícil determinar se estavam diante de um roubo vulgar ou de um caso de cleptomania, isto é, frente a um delito ou a uma enfermidade..." (deve ser preso ou internado?)
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