Dilma, ONU, 2012
Ouvindo
o discurso da presidente Dilma lá na ONU lembrei que, por acaso, tenho aqui um rascunho do pronunciamento
que o então presidente Sarney fez daquele mesmo "púlpito" em
1985, na abertura da Quadragésima Assembléia Geral. Se compararmos os dois, quem parece verdadeiramente
"esquerdista", "revolucionário" e até libertário, por incrível que pareça, é o Sr.
Sarney, comprovando, mais uma vez, que a linguagem e as palavras são iguais ou
até mais volúveis e dissimuladas que as cortesãs. Também nos possibilita ver que de lá para
cá, nesses quase trinta anos, o mundo, com suas ninharias e putarias continuou
exatamente o mesmo, de tal maneira, que se a presidente Dilma tivesse repetido ontem a mesma
lengalenga sarneyana de três décadas
atrás, teria arrancado os mesmos aplausos e os mesmos grunhidos daquela plateia imensa de crápulas e de
vigaristas. Vejam alguns fragmentos da fala e do show de hipocrisia do nobre maranhense naquela oportunidade:
I.
O mundo não pode ter paz enquanto existir uma boca faminta em qualquer lugar da
terra, uma criança morrendo sem leite, um ser humano agonizando pela falta de
pão. O século que virá será o século da socialização dos alimentos. A imagem da
Mater Dolorosa dos desertos africanos nos humilha...
II.
...Mas há um problema maior, que permeia as relações internacionais e que
insidiosamente ameaça a todos, pobres e ricos. Os pobres, pela
desestabilização; os ricos, pela insegurança e todos pelo desmoronamento, se
nossa postura for de imobilidade...
III.
Guerra e democracia, guerra e liberdade são termos incompatíveis. Só prevalecem
soluções pacíficas e consensuais quando existem nações livres e
democraticamente desenvolvidas, instituições permanentes, poderes funcionando,
povo decidindo...
IV.
A paz de hoje ainda não é a paz, é a dissimulação da guerra...
V.
Depois da prosperidade, quando veio a recessão, passou a reinar mais a selva
predatória de Hobbes do que a fecunda anarquia de Adam Smith...
VI.
A ciência e a técnica estão aí, através da engenharia genética, anunciando uma nova era de abundância. A humanidade foi capaz de
romper as barreiras da terra e partir para as estrelas longínquas, não pode ser
incapaz de extirpar a fome...
VII.
A equalização de oportunidades é o alimento da liberdade social, para que o
mercado sirva aos homens em vez dos homens serem servos do mercado. Sem
diversidade de valores e múltiplas formas de vida não viceja a liberdade, que
se estiola no privilégio e se afoga na opressão...
HAHAHAHAHAHA...TENS CERTEZA QUE ESSE DISCURSO É DO SARNEY? AS PALAVRAS PODEM SER DISSIMULADAS, MAS O CARA TEM QUE TER MUITA CARA-DE-PAU DE PRONUNCIÁ-LAS... É UM VERDADEIRO ARTISTA, NA ARTE DA INTERPRETAÇÃO... E COMO DISSE UM GRANDE AMIGO QUE TEVE UMA CARREIRA RELÂMPAGO, DE DOIS MESES, NO CONGRESSO NACIONAL: "- EU NÃO SOU PALHAÇO PARA CONTINUAR NESSE PICADEIRO...". A EXONERAÇÃO DO CARGO DELE CHEGOU NO FINAL DA FRASE, E NEM ESPERARAM O PRESIDENTE PARA ASSINÁ-LA...RSRSRSRS...NAQUELE MOMENTO EU DESCOBRI QUE EU NÃO ERA A ÚNICA A SER TAXADA DE "MALUCA", POR NÃO TER ACEITADO "PROPINA"...RSRSRS... É HORRÍVEL SE SENTIR BEM COM A DESGRAÇA ALHEIA, MAS NAQUELE DIA EU DESCOBRI QUE NÃO ESTAVA SOZINHA...
ResponderExcluirTrechos do discurso de Bush antes dos EUA invadirem o Iraque:
ResponderExcluir"Mais uma vez, somos chamados para defender a segurança de nosso povo, e as esperanças de toda a espécie humana. E aceitamos esta responsabilidade.
Hoje, no continente africano, quase 30 milhões de pessoas têm o vírus da Aids -incluindo 3 milhões de crianças com menos de 15 anos. Há países inteiros na África onde mais de um terço da população adulta é portadora da infecção. Mais de 4 milhões precisam de tratamento com remédios imediato. Em todo o continente apenas 50 mil portadores do vírus da AIDS -apenas 50 mil- estão recebendo os remédios necessários.
A Aids pode ser evitada. Remédios antiretrovirais podem estender a vida por muitos anos. E o custo desses medicamentos caiu de US$ 12 mil por ano para menos de US$ 300 por ano -o que coloca uma tremenda perspectiva a nosso alcance. Senhoras e senhores, raras vezes a história ofereceu melhor oportunidade de fazer tanto por tantas pessoas."
Íntegra: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u50956.shtml
Posição dos EUA acerca do tema, na prática:
Os Estados Unidos vetaram neste sábado um acordo internacional que permitiria o uso de remédios genéricos em países pobres. Pelo acordo, milhões de pessoas teriam acesso a remédios mais baratos para serem usados no combate a doenças como Aids, malária e tuberculose.
"Estamos decepcionados", declarou o representante canadense Sergio Marchi. "O acordo foi aprovado por 143 países. Esperávamos que fosse haver unanimidade", lamentou.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/021221_genericos2amt.shtml
...Enquanto isso a população aumenta exponencialmente, carregando e transmitindo todas as suas mazelas: doenças, epidemias, miséria, fome, escravidão, ignorância, violência, guerra, fanatismo, servidão, e a banalização da vida humana... Estudei tratados e convenções internacionais, e como é "linda" a íntegra dos textos, mas assim como as palavras, são meras formalidades textuais, porque: - "O importante é invisível aos olhos dos homens...", mas até quando? O mundo não está globalizado? Assim como vírus virtual percorre todos os países em poucos minutos, quanto tempo levará para o vírus real transpôr as suas barreiras sócio-geográficas? Nesse caso PODER não é sinônimo de imunidade...
ResponderExcluirADOREI O TERCEIRO QUADRO !!!! RSRSRR
ResponderExcluirMUITO BOM, EZIO!