quinta-feira, 8 de março de 2012

E ainda dizem que são contra a eutanásia...


Para os "defensores" da eutanásia, do suicídio e de outros direitos extremos do sujeito, pareceu mais do que coerente que o Congresso Nacional tenha aprovado a venda de bebidas alcoólicas nas arquibancadas e nos reservados dos estádios durante a COPA de 2014 que, pelo visto, está sendo encarada como um evento mais importante até que o próprio Grito do Ipiranga. Seria ingenuidade achar que aquela gente toda empoleirada, saltando, blasfemando, soltando tiros e berrando nos estádios conseguisse fazer aquele papel a seco, sem meio litro de cachaça nas tripas e estando sóbria, não é verdade?! Para estar lá torcendo daquele jeito e se esgoelando por este ou por aquele "gladiador", por este ou por aquele time, só mesmo estando mergulhado num abismo sem fim ou com a consciência alterada... muito alterada. Para isso, sabemos muito bem, nada melhor que o álcool, a cachaça, a cocaína, a cannabis, o crack etc. Duvido que alguém tenha chegado a iludir-se de que a decisão de nossos parlamentares pudesse vir a ser diferente. Impossível! Até hoje não proibiram nem sequer o uso criminoso dos agrotóxicos! E depois, caso resolvessem proibir o uso de álcool durante os jogos, como iriam, nas próximas eleições, renovar seus "empréstimos" com os alambiqueiros e com os trambiqueiros??? O que muita gente está se perguntando é por quê não autorizam também o uso de armas nos estádios? Pistolas, punhais, soqueiras inglesas, estiletes... pois além de dar muito mais vida aos espetáculos também alegrariam os vendedores de armas... Ou não? Todo mundo lembra que na semana passada prenderam um adolescente aqui perto de casa porque cultivava um pé de maconha na varanda e, o mais curioso, foi que o pai desse adolescente, peidando de bêbado, cambaleante e com baba nos botões da camisa nem foi molestado apesar de exibir sobre sua cristaleira duas garrafas de vodca e quatro de whisky. Dois três dias atrás também enjaularam aqui nos arrabaldes cinco ou seis indigentes que queimavam umas pedrinhas brancas em seus cachimbos e, novamente, os demais mendigos que, no alpendre do mesmo cortiço bebiam álcool puro, não foram sequer importunados. Os executivos e as altas autoridades continuam tendo que dissimular e ir cheirar sua cocaína no sigilo das catacumbas, enquanto seus almoços e suas negociatas são sempre e descaradamente regadas a Ballantines, vinhos, licores e saquês. A própria polícia antes de sair por aí "caçando maconheiros" enfia duas ou três latas de cerveja no porta-luvas. A mesma mãe que bebe uma garrafa de vinho vagabundo enquanto amamenta, desmaia ou fica histérica quando encontra nas roupas do filho maior algum vestígios de hashish. E quem é que alguma vez não percebeu nos trejeitos até mesmo dos mais "rigorosos" juízes os signos e os resquícios de uma cachaceira? Mas então, quê lógica esquizo é essa? Como foi que o álcool conseguiu ficar de fora da satanização a qual foram indexadas todas as outras drogas? Será que essa velhacaria não é um sintoma de um grave transtorno sociomental? Mesmo assim, os pedagogos de plantão entre greves e rixas com sua conhecida candura juvenil, mas que também não dispensam uns tragos de conhaque antes de iniciar suas aulas, insistem que na escola se tem que fortalecer o caráter, a coerência, a lógica formal, a retidão e mais do que tudo fomentar a ideia de anima sana in corpore sano na personalidade das crianças... Neste habitat surrealista em que vivemos, eis aí mais uma das tantas tarefas verdadeiramente impossíveis!!!

Um comentário:

  1. Se "aquela gente toda empoleirada, saltando, blasfemando, soltando tiros e berrando nos estádios conseguisse fazer aquele papel a seco"? Sim, é a intoxicação das massas. Quando cem homens estão juntos, cada um deles perde a cabeça e ganha outra.

    Aldous Huxley discorre sobre isso no apêndice desse livro, Os Demonios de Loudun:
    http://search.4shared.com/postDownload/J95PC0Xf/Aldous_Huxley_-_Os_Demonios_de.html

    No mais, "quê lógica esquizo é essa?" Aguardo rizadas de um futuro distante para toda essa barbárie.

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