terça-feira, 8 de julho de 2025

Os vira-latas fervorosos e ilustrados, as irmandades de conveniências de sempre e inclusive os mendigos, discutem com um ceticismo temeroso, a tal Lei Magnistik, engendrada pelos russos e pelos gringos para, através dela, aperfeiçoar o chicote e o cabresto nas colônias.. Uns de quatro, outros de joelhos, todo mundo está com medo de, de repente, de uma hora para outra, ter que Cancelar o Plano de Saúde; ser privado do shampoo, do Smartphone, da panela de fritar batatas, da caneta dinamarquesa de Ozempic e até mesmo de ter que devolver aos bancos o Cartão VISA e o MASTERCARD e de não mais poder valer-se do SWIFT, para o ocultamento dos trilhões roubados... Ah! O que será do mundo sem o Whatsapp!!!, choramingam tanto as donas de casa como as damas da meia noite, ali na antiga rua das oficinas...... De quatro! Um planeta literalmente de quatro! O Mendigo K, meio em sério e meio em burla indaga a seus comparsas: Quando é que, por fim, ao invés de ficar outros 500 anos queimando incenso a fantasmas, passaremos a enriquecer urânio e a produzir mísseis hipersônicos??? A turma indigente ficou em silêncio e só não o vaiou porque é impossível vaiar quando se está bocejando... Apenas uma das mendigas lhe retrucou: diante do genocídio na Palestina e da desgraça dos ribeirinhos em Manaus, tudo o que se diga é vilania e canalhice!






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EM TEMPO: 

Já em retirada, o Mendigo K, aproximando-se de seus veementes companheiros, recitou este breve texto: 
"Desde então, viajo sem parar, o trem tornou-se a minha casa, onde todos me toleram enquanto perambulo pelos vagões. Os carros, enormes como salas, estão cheios de lixo e de palha, e nos dias cinzentos, descorados, as correntes de ar perfuram-nos de ponta a ponta (...) Minha roupa está rasgada, em frangalhos. Deram-me um uniforme usado de ferroviário. Tenho o rosto atado com um lenço sujo. Sento-me na palha e cochilo, e quando sinto fome vou ao corredor e canto em frente aos compartimentos da segunda classe. As pessoas atiram pequenas moedas dentro do meu boné de cobrador, um boné preto de ferroviário com a viseira arrancada..." (Texto de Bruno Schulz, in: Sanatório sob o signo da clepsidra, p. 190)













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