quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

De estradas, de caminhões e da estupidez... (Acredite: não estamos no inferno, somos o inferno...)



"... Porque la violencia, y ahí está el escándalo, puede constituir, como método, la consigna de un partido político"

Frantz Fanon
(IN: Los condenados de la tierra, p. 70)







 Por qualquer estrada do país que você circule, está lá, diante de teus olhos, a caravana insana de caminhões, milhares de caminhões, soltando fumaça e ziguezagueando quase de forma suicida pelos buracos das pistas, com motoristas  com os quais você não se atreveria a 'trocar uma idéia' ou sequer, a ir tomar um cafezinho num posto de gasolina, sem levar uma pistola engatilhada no bolso... E até os míopes e os definitivamente cegos conseguem perceber nas curvas e nas beiradas do caminho, as cruzes.  Muitas cruzes. Aqueles dois pedaços de pau sobrepostos  e pintados de branco, às vezes, até com as foto das vítimas, para associar aquele desastre infame às lendárias torturas do calvário. Que heresia e que despropósito! Difícil saber qual é a verdadeira psicopatologia dos familiares, das polícias de trânsito, dos padres e dos coveiros... E tudo com a cumplicidade mercantil da mídia que não sobreviveria sem essa mortandade diária e canalha e que precisa dela para seguir anunciando o apocalipse e para turbinar o impulso suicida, o masoquismo e o sentimento trágico e autofágico dos condenados da terra...

Entrada de ferro? Ora! Nem pensar.

Quem é que teria culhões para enfrentar o lobby dos donos das frotas de caminhões, das fábricas de pneus, dos postos de gasolina, do piche asfáltico e das funerárias?

E, no meio da fumaceira dos escapamentos e das desgraceiras dessas caravanas infames, seguir falando em Ecologia e em Preservação do Meio Ambiente é uma canalhice de janotas! Por isso, podem ir cancelando a próxima bebedeira e pantomima internacional (a tal Agenda 2030), lá em Belém do Pará... 

E no Congresso Nacional, aqueles que deveriam estar há décadas, supervisionando a construção de estradas de ferro (por todo o país e inclusive, até a Patagônia e os Andes peruanos), ainda estão se masturbando e perdendo tempo num lero-lero e num blá-blá-blá de dar pena, com o tal Golpe de Estado que nem sequer aconteceu. Ora! Trata-se de uma idiotice mais do que melancólica... de algo que poderia ter sido resolvido definitivamente uma semana depois, com apenas um relho ou com umas três ou quatro aulas sobre as balelas da República e a respeito da criminália dita 'legítima' do Estado)... e não merecer mais do que um pé de página nos compêndios de nossa pueril, falsificada e autista história. Inacreditável! Sim, a vida, como dizia Jamil Snege, é só felonias...







 

Um comentário: