sábado, 5 de outubro de 2024

E o Marçal dá seu penúltimo golpe na hipocrisia geral...

 




"Não adianta tentar, você não conseguira me trapacear!!!

Ah, eu já trapaceei tanta gente..."

Rajneesh




Nas vésperas das eleições à Prefeitura de São Paulo, não satisfeito em colocar em xeque seus adversários, dizem que o Marçal, malandramente, acionou um médico morto para engendrar um documento 'denunciando' que um de seus adversários (um tal de Bolos - plural de bolo), no passado, teria sido internado por consumo inadequado de cocaína. As legiões da esquerda (mais até do que as legiões da direita), estão alucinadas com esse preconceito e que o tal Marçal, com um só golpe, tenha colocado duas questões morais em evidencia: 1. que os profissionais de saúde em suas sucateadas instituições, quando for necessário, têm capacidade até para mobilizar o mundo dos mortos, e 2. que o moralismo e preconceito contra alguns transtornos psíquicos ainda estão mais presentes do que nunca até no meio da suposta intelligenzia nacional. 

Qual é o problema que um homem adulto, em um determinado momento e sua vida, tenha tido internado por um surto psicótico? Tenha ele sido motivado por cocaína ou pela leitura de um versículo bíblico? Como, aliás, não ter um surto psicótico no meio da loucura desse cotidiano? Em que isso depõe contra a dignidade de um paciente? Esse escândalo todo, na essência, revela um mau caratismo abjeto! E se foi por uso abusivo de cocaína, ou de Kefir ou de macarronadas al Nero, qual é o problema? Além de um moralismo babaca, em que isso inviabilizaria sua capacidade para ser Prefeito de São Paulo? Eu, sinceramente, confio muito mais num prefeito cocainômano do que num que vai comungar-se todos os domingos...

Enfim, esse tal Marçal, que já recebeu (de laicos) meia dúzia de 'diagnósticos' psiquiátricos, mesmo que seja tudo o que lhe atribuem, é importante lembrar, não caiu das nuvens e nem por acaso ali no alto dos Pirineus e no meio das montanhas de Goiás Velho. É, isto sim, queiram ou, não, como dizia Baudelaire, nosso semblable e nosso frère. Nosso legítimo correligionário, com um domínio admirável da língua e das astúcias... É o resultado de quinhentos anos de imposturas tropicais, de trapaças, de traições, de lero-leros, de mitomanias, de idealismos babacas, de uma religiosidades, esquizoide e fajuta e, principalmente, de cinco séculos de cinismo.

Portanto, agora não adianta espernear, principalmente porque não é difícil identificar um Marçal também na essência de seus detratores... E mais: porque o populacho de São Paulo, escravizado e mantido a pão e sobras de pizza há décadas por uma elite fajuta, sente fascínio por ele, por suas bravatas e riquezas, sejam elas reais ou imaginárias.  

Por isso, essa histeria (pelo laudo do além) parece descabida, já que uma sociedade adulta e saudável poderia, muito bem, manter-se sóbria diante desse documento assinado por um morto, (inclusive porque existe a possibilidade dele ter sido conseguido numa sessão espírita...). Uma sociedade adulta, trataria esse assunto como discrição, como sendo apenas mais um dos milhares de 'laudos' manhosos que devem existir enfiados secretamente no fundo dos baús e arquivos, por aí... enfim, apenas como mais um surrealismo da nossa politicagem rasteira e mesquinha... 

Se não for eleito, amanhã, será por puro casuísmo...








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