terça-feira, 29 de outubro de 2024

De mediocridades em mediocridades... sempre a mesma mentalidade de carcereiros e de colonizados...

 











Gostaria de viver mais uns cinquenta anos só para ver como os historiadores irão registrar a tal "tentativa de golpe" de 8 de janeiro... Sinceramente, mon semblable e mon frère, tanto a tal tentativa como as prisões e as discussões judiciais e parlamentares que vieram se sucedendo durante esses 10 meses, são de um primarismo brochante e quase subnormal. Se aquilo foi uma tentativa de golpe, que falhou, ao invés de ser considerado um crime, (e sair prendendo aquele bando de incompetentes), deveria ser visto como uma demonstração de fracasso, de vergonha e de preocupação nacional, já que se algum dia o próprio estado precisar daquela gente para uma ação subversiva qualquer, (na fronteira com a Venezuela, com o Paraguay, com a Argentina, o Uruguay ou até com a torcida do Penharol (por exemplo), estará perdido... 

Dar um golpe!

Mas aquela gente (cozinheiras, cabeleireiras, peões de obra, vendedores de bilhetes, moradores de rua, aspones, adolescentes punheteiros, velhinhos e professores aposentados, rezadeiras, 'esposas' de coroinhas, fabricantes de rapaduras, um ou outro soldadinho raso, etc, etc, não saberia nem abrir as janelas do Palácio para que passasse por lá uma brisa menos iatrogênica! Quem dirá, descobrir as chaves dos cofres e as senhas criptografadas. Dar um golpe? Tudo bem! A vida é um golpe atrás do outro... Mas um golpe que não se apropria das senhas criptografadas e das trapaças vigentes, não é golpe!

Golpe? Sinceramente!

Ao invés daquela pantomima ter mobilizado os carcereiros, o parlamento e o judiciário, deveria ter imediatamente colocado em alerta os psicólogos e os antropólogos. Pois, uma ignorância dessas não pode passar em branco já que, através dela, nunca se chegará a lugar algum. A turma que compôs aquele bando deixou evidente a precária condição não apenas cultural, mas mental dos 'patriotas' e dos 'eleitores'. Precisa ser rapidamente ilustrada. Duvido que entre eles havia alguém que já tivesse lido um único livro, além de uma ou duas páginas daquele anedotário de capa preta... Precisam ler. Quem não lê, passa a vida inteira repetindo asneiras que ouvia em casa, de familiares analfabetos que também nunca leram... Se quiserem, podem até começar pela fantasiosa Revolução Francesa ou então, pela delirante Grande Marcha do camarada Mao Tsé Tung... Mas comecem...

O resto é bobagem. Histrionismo. Halloween! Por um lado: penúria crônica. Por outro: revolta juvenil contra energúmenos e bobalhões do passado. Além, claro, da visão romântica e idealizada de um estado larápio e monstruoso.

Anistiar aos golpistas? Golpistas?

Imediatamente!

Considerá-los presos políticos ou terroristas, é uma afronta até para a inteligência de uma cigarra!!!

Que se solte imediatamente esses pobres coitados. Mas, com uma condição: que passem o resto da vida estudando a Bakunin, a Kropotkin e a Max Stirner...  

E que se aproveite essa encenação patética para derrubar as portas das cadeias... Desse símbolo máximo de nossa decadência e da imensa penitenciária que é a pátria...



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