sábado, 3 de fevereiro de 2024

Lástima grande que sea verdad tanta miséria... (Tu compras el carmín y el pote de rubor que tiembla en tus mejillas) Lupercio Leonardo De Argensola

 

E depois, fingem não saber porque o país é essa ilíada de analfabetos e essa enfermaria a céu aberto... E seguem insistindo que somos uma república iluminista e democrática; que a Idade das Trevas ficou para trás... e que vivemos todos, numa Idade de ouro...  embalados por alegrias e por felicidades misteriosas... Enfim, que se não fossem os esgotos a céu aberto, as legiões de ladrões e de cretinos e os gemidos inconsoláveis e incômodos da ralé, poderíamos dizer que tudo por aqui, lembra o paraíso de Gilgamesh... Ah! Gilgamesh! O velho que rejuvenesce!!!

Mais igrejas do que escolas e de hospitais somados!!! Que maravilha! De onde nos veio essa culpabilidade, esse transtorno e essa necessidade de maquiar-se el corazón?? De llenar de amor nuestras mascaras de argila??? E, se no Brasil é assim.., imaginem então aí pela  América Latina... Naqueles barrancos íngremes e cravejados de cruzes e de gelo aos pés dos Andes... Nas margens dos rios infectados de jararacas e mercúrio e na solidão inenarrável dos latifúndios... Meu correspondente de Madagascar (Antananarivo), o mesmo que chamou-me atenção para essa aberração, sugeriu-me também que lesse na página 142 de a GAIA CIÊNCIA, de F. Nietzsche, o seguinte:

[Como? Um Deus que ama os homens contanto que creiam nele! Um Deus que lança terríveis ameaças e olhares àqueles que não têm fé nesse amor! Como? Um amor com cláusulas, tal seria o sentimento do Deus todo poderoso? Um amor que nem conseguiu vencer o ponto de honra, nem a sede de vingança irritada! Se te amo, que tens a haver com isso?]









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