"... A moral do lobo é devorar a ovelha,
como a moral da ovelha é comer as ervas..." (France)
Sim, a segunda-feira amanheceu radiante, e com o maracujá em flor...
Inacreditável! Surrealista! Inquisitorial! Delirante! Colegial! Fora da realidade!
O reino dessa gente realmente não é, e não pode ser deste mundo! E mais: falando do rio Jordão ali às margens do rio Tietê coagulado de espumas, de merda, de colchões e das ossadas de mendigos, há décadas... Teriam enlouquecido?
Aquela coreografia e aqueles discursos superficiais, baseados em fábulas e sem nenhuma subjetividade, eram mais do que um horror! E, pior: supostamente, dirigidos contra inimigos de uma tal esquerda, também imaginária, que, aliás, quando esteve no poder e mesmo depois de perdê-lo, sempre foi tão supersticiosa, mística, delirante e de outro mundo, como eles.
Repito: um horror!
E o teatro da fé e dos vícios seguia, com aqueles homens e com aquelas mulheres histriônicas de braços levantados para as nuvens, onde, na mitologia infanto-juvenil, estaria o shangri-lá, os céus e os deuses.., e orando, sem terem consciência de que "a oração é como se fosse um beijo nas correntes..." Ah, e com aquela pantomima teatral do púlpito, que quando é atuada no palco, fica ainda mais ignóbil...
E o horror das palavras!
Imaginem como devem ter sido os dias da inquisição e do Santo Oficio!!! (a propósito da inquisição, havia até um jornalista vindo de Portugal, para registrar o espetáculo! Seria de Évora?)
Os malditos microfones!
Quando é que se consegurá recuperar a sanidade mental?
E aquela multidão de donas de casa alienadas e de machos domésticos embrutecidos se acotovelando lá na avenida, sem entender absolutamente nada. A mão direita sobre a teta esquerda, ou sobre as banhas do abdômen, os olhos semi-abertos, e o nome de Deus sendo cacarejado em vão. E Deus? Ora!, Deus? Desde seu anonimato e indiferença, bocejando e decepcionado não teve sequer a paciência de enviar meia dúzia de raios sobre aquela avenida e sobre aquela pobre gente! Ou, pelo menos, sobre os da outra trupe, da outra seita, do outro credo e da outra fé que espiavam atônitos por detrás das persianas do Íbis, do MASP, e de outros esconderijos, com medo de perderem as próximas eleições e de serem destronados... Se você, mon semblable, mon frère, hypocrite lecteur, não assistiu, acredite: foi um show de horrores, de feitiçarias, de melancolia e de solidão...