"Por dinheiro tudo se compra. As bênçãos das santas e o crânio dos heróis, a camisa de dormir da tua noiva e o rosário do teu confessor. Ciganas e écuyères, saltimbancos e mendigos, fidalgos e aguardente, trapeiros e sacerdotes, coveiros e apóstolos, santos e famintos, sultanas e cadelas, bobos e cortesãs, escravos e libertos, tudo isto é da sua corte. O próprio Deus, o próprio céu rende-se, quando se lhe mostra um punhado de ouro".
Albino Forjaz de Sampaio
Ao contrário do que os pregadores, os publicitários do além e outros coiós sempre tentaram nos fazer acreditar, o dinheiro não só abre as portas de todos os paraísos, haréns e catedrais mas também garante uma excelente resistência às cadeias e à solidão do confinamento...
Albino Forjaz de Sampaio
Ao contrário do que os pregadores, os publicitários do além e outros coiós sempre tentaram nos fazer acreditar, o dinheiro não só abre as portas de todos os paraísos, haréns e catedrais mas também garante uma excelente resistência às cadeias e à solidão do confinamento...
Escrevo isto observando o Odebrecht (filho) que está sendo solto depois de dois anos e tanto de cana. Está muito bem. Continua magro, bronzeado de sol, lúcido, sem nenhum transtorno de linguagem e nem de ansiedade. Não treme as mãos quando gesticula e tem o olhar de quem esta saindo de um retiro espiritual sem necessidade alguma de lamúrias, de fazer escárnio sobre a plebe (há séculos em liberdade condicional) nem de lisonjear as vaidades dos plantonistas judiciários... Não tem sinais de insônia, nem de angústia e muito menos de culpa. Pelo contrário, parece ter capitalizado para si a pretensa limpeza moral que vem se tentando fazer no território promíscuo que liga o capital estatal ao capital mafioso...
E não é de duvidar que ainda lhe ergam uma estátua de bronze ou de coral vermelho diante da Casa Civil ou na entrada do Ministério da Fazenda.. Ao contrário daquela balela do camelo, da agulha e dos ricos que está lá em Mateus 19:22-24 ..... é bom que saibam que até o céu já deve estar completamente loteado e escriturado em nome dos vivaldinos e dos milionários. O inferno? Ora!, não sejam idiotas!, o inferno, todo mundo sabe, foi a alternativa caricata e lúgubre de um bufão burguês (de um polichinelo de elite) para abrigar definitivamente os sem-teto, os fodidos e os pobres...
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