O país está visivelmente excitado com pelo menos três surtos de violência ocorridos nos últimos dias: I. O do metrô de SP onde dois brutamontes assassinaram um vendedor a coices; II. O de Campinas, onde um homem desvairado fuzilou sua família inteira e III. O de Manaus, onde uma "rebelião" de penitenciária resultou no assassinato de uns 60 internos. Todos crimes miseráveis, escabrosos e obscenos, mas que já fazem parte de nosso cotidiano.
No auge desses acontecimentos tenho por costume semi e extra profissional ouvir atentamente os comentários, as justificativas, as análises, as interpretações da polícia, das confrarias, dos padres, dos políticos, dos analfabetos da classe "emergente"e de outros personagens que ilustram o dia-a-dia desse circo monstruoso e que são convocados para explicar as razões da barbárie. Bah! Tudo é de uma singeleza e de uma superficialidade de causar desânimo! As interpretações são vergonhosamente domésticas! Cada corporação esforça-se demagogicamente para capitalizar o horror para suas fileiras e para seus propósitos (financeiros e ideológicos). A mídia vai entrevistar gays, travestis, feministas e membros GLS para explicar o ocorrido no metrô de São Paulo; Já para explicar a chacina de Campinas convocam psiquiatras, psicanalistas e antropólogos, quase todos militantes da TFP e para o massacre de Manaus quem faz a análise final é o ministério da Justiça, o governador do estado ou os carcereiros... E claro, os papos são os mais viciados possíveis. O sujeito abre a boca e o discurso sai automático! Vão de Foucault à Mussolini com o mesmo descaro. Se são de direita acusam a esquerda, se são de esquerda acusa a direita se são alienados políticos acusam a Satanás... Falam na antiga falta de escolas, na balela da desintegração familiar, nas questões de gênero, no fim dos tempos, na maldição do dinheiro, na falta de "empoderamento" da mulher, no egoísmo dos mais ricos, nos efeitos da cachaça, do crack, da macumba, da pornografia... comprovando que ainda estamos cercados tanto por imbecis superficiais como por imbecis profundos...
Atribuem a responsabilidade ao PCC como se ele fosse uma universidade, uma fundação, uma seita ou um ministério. Se abraçam, choram ao lado de centenas de cadáveres. Aproveitam para reivindicar mais verbas para policiamento, para ONGS, para edificar mais penitenciárias, para contratar mais especialistas, para mandar alguém fazer uma pós em Washington... O filme é quase cômico e quase de horror e por mais que os otimistas bobocas quando conseguem ver além do umbigo, pensam identificar "luzes no fim do túnel"e se conformam com a mediocridade vigente, é impossível negar que há, no geral, uma resistência doentia em abandonar as desculpas e os horrores da Idade Média. E é quase inacreditável que ninguém se atreva a entrevistar os assassinos. Sim, eles que, com certeza, teriam muito mais a nos dizer sobre a perpetuação dessa desgraceira do que esses intelectualzinhos e executivozinhos de plantão.
Enfim, como nos lembra Karl Kraus: "O segredo do demagogo é de se fazer passar por tão estúpido quanto a sua platéia para que esta imagine ser tão esperta quanto ele..."
http://veja.abril.com.br/brasil/nao-tinha-nenhum-santo-entre-os-presos-mortos-diz-governador/
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ResponderExcluirhttp://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/01/05/internas_polbraeco,563709/reacao-das-mulheres-a-chacina-de-curitiba.shtml
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