terça-feira, 14 de janeiro de 2014

São Sebastião... Do exército romano para as UPPs do Rio de Janeiro...

"É religioso tudo aquilo que nos impede de sucumbir, toda mentira que nos protege contra nossas irrespiráveis certezas..."
E.M.C

Agora sim o Rio de Janeiro tem chances reais e verdadeiras de encontrar a paz e de rapidamente transformar-se num Shangri La e num Paraíso litorâneo... 
O arcebispo local acaba de fazer uma visita ao Secretário de Segurança e de presentea-lo, sabem com quê? Uma AR15? Não! Com uma imensa estátua de São Sebastião... Não, não estou brincando, é verdade... Se é ridículo ver um velho com uma estátua de gesso nos braços? Claro que é! Se é triste ver que se envelhece e que se continua com os mesmos e esquizóides fetiches da infância? Claro que é, mas fazer o quê?...  Ah!, não lembras qual deles é São Sebastião?
 Aquele amarrado numa árvore e com o corpo crivado de flechas que, segundo a lenda, foi um sujeito que se alistou no exército romano com a missão de fortalecer a resistência dos cristãos que estavam sendo despedaçados pela tortura... Lembras? 
E é curioso fazer um inventário sobre as inúmeras pinturas que retratam o santo. Quase todos lhe cravaram uma flecha no coração, outra na boca do estômago e outra na coxa. Há quem o atingiu pelas costas, outros lhe dilaceraram a carótida, os braços. Há quem o amarrou com os braços para cima e fez uma única flecha entrar-lhe pela axila esquerda. Outro só deixou as duas chagas, uma na altura do pulmão e a outra mais ou menos sobre o fígado etc., etc., etc... O que será que se passava na cabeça dos fundadores dessa seita que depois virou religião? Por que tanto ódio do corpo? Por que o sangue, a tortura e o sofrimento os seduzia tanto? Lembro que numa igreja lá nas margens do Rio São Francisco (outro santo) havia uma santa com um punhal enferrujado e de quase meio metro cravado bem na altura do coração... Que barbárie! Que tara e que perversão! Teriam sido esses loucos a incentivar as chacinas e as violências que inundaram a história de sangue???

Um comentário:

  1. Mas como representar a dor congênita, se não for por rastros místicos apresentados em imolações?
    Eis toda história humana dos que , ainda, se utilizam de muletas como "auto-retrato" em sacrifício.
    Grande abraço!

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