Publicaram a lista dos
setenta escritores brasileiros que irão participar, em Frankfurt, da Feira do Livro. Não, não estou exagerando, são setenta nomes mesmo.
Setenta! Seriamos, misteriosamente, um dos países mais cultos e mais eruditos do planeta? Um
reduto de genialidades das letras? Duvido que você, leitor, tenha condições de
citar uma única frase de um desses vivaldinos e notórios personagens...
Especialistas em tudo o que é escorregadio, suas obras, até hoje, pelo
que sei, não alteraram uma vírgula da podridão e do imaginário nacional... Mas estarão todos
lá, com suas caras patibulares, numa espécie de capitólio tupiniquim, bebendo
cerveja e comendo salsichões, com suas "obras" revolucionárias empilhadas nas
estantes... e isto é o que verdadeiramente importa, não é verdade?
Não
tenho ideia, mas a China deve enviar cinco ou seis, os EEUU, uns quatro, a
Argentina uns três, a Europa inteira, uns vinte ou trinta... A própria Alemanha,
terra de Schopenhauer e de Nordau, não mais que uma meia dúzia... Nós, estamos
enviando setenta. Segundo o Diretor de plantão da FBN - quem está
organizando essa ludibriação - o Brasil dispõe de uns 10 milhões de reais para essa
farra... Dez milhões!, camaradas sem-teto e companheiros mendigos da América
latina!!! Ah, como não lembrar das incursões megalomaníacas do Idi Amin Dada?
Frankfurt! Não longe dali, Nietzsche passou bons anos de sua vida... Quê diria o velho
filólogo de todo esse mercado de superficialidades? Dessa gente que passou a
vida inteira construindo lendas e inverdades sobre si mesma e depois turvando as águas
para dar ao tolos uma impressão de profundidade?
***
E
o papa ítalo-argentino? Pelo que sei do resultado dessa fusão, a igreja
católica nunca esteve tão perto de seu fim, como agora... Se o novo pontífice
tiver uma atuação parecida com a do também ítalo-argentino José Gariga, não
sobrará pedra sobre pedra do trono de Pedro. Oxalá!
José
Gariga? Quem já teve noticias do projeto anarquista da Colônia Cecilia,
no Paraná, deve lembrar-se desse personagem. Chegado de Buenos Aires todo simpático e todo instruído, depois de
ter conquistado a confiança da comunidade, num determinado momento, após as
principais colheitas, surrupiou todas as economias da colonada anarquista e
desapareceu do mapa. E isto aconteceu lá por 1890... e até hoje não se teve
notícias do "hermano"...
E foi precisamente esse golpe de gatunagem e de traição que detonou a prostração moral da turma e o desmoronamento completo da idealizada e idílica Colônia...
E foi precisamente esse golpe de gatunagem e de traição que detonou a prostração moral da turma e o desmoronamento completo da idealizada e idílica Colônia...
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